Os avanços da tecnologia invadem cada vez mais o nosso cotidiano, e até mesmo as salas de aula. Hoje em dia muitas instituições de ensino aderiram aos tablets, ao invés de apostilas, e possuem uma página online para distribuição de exercícios. A questão é que, o tempo que os professores gastam, fora da sala de aula, com esta tecnologia se tornou muito grande, e por este motivo, há mais de dois anos o Sindicato dos Professores do ABC (Sinpro ABC) quer implantar a hora tecnológica. Remuneração similar à hora extra, que atenderia os profissionais que ainda trabalham, fora das escolas, com suporte de aparelhos eletrônicos.
“Com o advento das novas tecnologias, os professores passaram a ter um trabalho que não existia. Hoje eles postam exercícios pelo computador, se comunicam com alunos por tablets, entre outras tarefas online. A partir do momento em que os professores continuam a trabalhar, mesmo estando fora da escola, têm que ser remunerados, é quando a hora tecnológica entra em vigor”, afirma o presidente do Sinpro ABC, José Jorge Maggio.
Segundo o Sinpro ABC, os professores gastam cerca de 12 horas semanais com estas iniciativas fora do horário de trabalho. A ideia da hora tecnológica já existe em outros estados brasileiros, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, mas em nenhum deles esta remuneração é regrada. ”O Sinpro ABC, através da Fepesp (Federação dos Professores do Estado de São Paulo), está discutindo uma cláusula de padronização ao Sindicato Patronal, para que a remuneração concedida pela hora tecnológica seja equivalente a uma hora/aula do profissional”, explica Maggio.
Desde o início das negociações, há dois anos, Maggio afirma que houve um avanço, mas que ainda há um longo caminho a ser percorrido para alcançar o objetivo. No mês de setembro deste ano, a Sinpro ABC terá uma reunião com representantes do Sindicato Patronal para tentar um acordo que padronize e implante a hora tecnológica.
“O ideal para o aluno é ter a educação dentro do ambiente escolar, mas se por um acaso o uso da tecnologia for necessário para que esta educação seja continuada, então, o professor que gasta seu tempo livre em aparelhos tecnológicos deve ser remunerado.”, afirma Maggio.