Estrada do Montanhão é motivo de discórdia

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Agora é certo. Mais de 220 famílias moradoras do Bairro Baraldi, em São Bernardo, deixarão de utilizar trecho de cinco quilômetros da Estrada do Montanhão, que começa no Jardim Silvina, no município, e termina na Estrada do Pedroso, em Santo André.

O Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André (Semasa) informou, em nota, que cumprirá no próximo dia 15 a decisão judicial expedida pelo promotor de Meio Ambiente José Luiz Saikali, por parte do Ministério Público de Santo André, para fechamento da via. A promotoria alega o que o local é área de preservação ambiental.

Preocupadas com o futuro, as famílias do entorno não sabem o que esperar. “Moro aqui há 25 anos e sempre usei a estrada. Aqui passa transporte escolar para as minhas três crianças”, disse Anderson da Cunha. “Trabalho no Jardim Silvina e dependo do ônibus, terei que ir de bicicleta. Não nos informaram de nada. Ficaremos de mãos atadas”, lamentou.

Gessi Irene também teme o que esta por acontecer. “Minha mãe só vive doente e chamamos o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) direto. Como chegará aqui?”, perguntou. “Dizem que não vai ter lixeiro, carteiro, ônibus, mais nada. O que vai acontecer com a gente?”, questionou.

Indignado, Geraldo Alves da Rocha, que utiliza a estrada para ir ao trabalho todos os dias, disse estar mobilizando mais de 400 pessoas para protestar. “Juntaremos o pessoal do Pintassilga, do Clube de Campos e da Cata Preta.Se fecharem a estrada, iremos atear fogo em baixo da ponte do rodoanel”, ameaçou.

Queda de braço – Questionado sobre o futuro de cerca de mil pes­soas que dependem da estrada do Montanhão, o secretário de Meio Ambiente de São Bernardo, Gilberto Marson, disse que São Bernardo não concorda com a resolução.

“Estamos buscando todas as alternativas jurídicas para impedir que o bairro Baraldi fique isolado”, afirmou. Marson ressaltou que a decisão trata-se de um acordo da Semasa com a anuência do prefeito de Santo André. “Isso é uma ofensa de Aidan à Prefeitura de São Bernardo, e uma falta de respeito e sensibilidade com os moradores. As dificuldades serão muito grandes.”

O secretário pretende visitar a Câmara de Santo André, dia 8, com o intuito de demonstrar o equívoco judicial em torno dessa questão, além dos problemas que ocasionarão aos moradores da cidade em razão do fechamento da estrada.

Acesso ao bairro ficará mais difícil

No próximo dia 15, a Prefeitura de Santo André vai acatar decisão judicial para o fechamento da Estrada do Montanhão, trecho de cinco quilômetros que fica na divisa entre o município e São Bernardo.  A ação, que tem caráter ambiental, foi expedida pelo promotor de Meio Ambiente José Luiz Saikali, por parte do Ministério Público de Santo André.

Arrendatário de um pesqueiro nas proximidades, Antônio Laurentino da Silva disse que perderá clientes com essa ação. “Estão revoltados porque terão de dar a volta no Riacho Grande para chegar aqui”, pontuou. “Costumam vir pela manhã, às 7 horas. Pegar a Anchieta nesse horário é triste, por causa do trânsito”, relatou.

Para a empresa de embalagens cilíndricas que fica na via, o fechamento da estrada representará perda de 30% no faturamento. “Teremos de comprar veículos para fazer o transporte dos funcionários, que chegariam aqui de ônibus”, comentou Erasmo Martin Cassiano, um dos proprietários do local.

Também os usuários do Santuário Nacional de Umbanda terão de buscar alternativa. “A maior parte dos frequentadores utiliza o acesso para chegar aqui. Não é impossível dar a volta, mas lamentamos por todo o bairro que vai ficar impedido de chegar a São Bernardo pela via mais curta”, declarou  João Rodolfo Linares, responsável pela parte administrativa do Santuário.

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