A APAS (Associação Paulista de Supermercados) divulgou nesta semana que o faturamento real dos supermercados do estado de São Paulo registrou queda de 2,15%, de janeiro a maio, em relação ao mesmo período do ano passado. Para obter os números foram levados em conta apenas lojas com no mínimo 12 meses de funcionamento.
Já o faturamento divulgado pelo comércio varejista teve alta de 10,49% na pesquisa com as mesmas lojas nesses cinco meses. Maio registrou alta de 7,85%, já abril teve queda de 0,8% em relação a 2015.
O economista do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, Sandro Maskio, conta que o ABC não é uma exceção à regra. “Podemos observar na região as mesmas condições dos supermercados das grandes metrópoles. Além disso, não há previsão de melhoras até o final do ano.”
O vendedor e morador de São Bernardo, Luis Carlos Orsolan, 55, contou que produtos supérfluos foram riscados da lista de compras, como refrigerantes, chocolates, bolachas, salgadinhos e azeite. “Meu salário não está acompanhando os preços”, afirmou.
Orsolan comenta que ele não está tão confiante e até espera uma piora no cenário econômico por acreditar que o governo não está tomando atitudes boas em relação à alta dos preços. “Antigamente eu frequentava o mercado uma vez por semana, agora vou uma vez por mês e compro o mínimo”, contou.
O economista comenta que além de promoções, os mercados também mudaram a visibilidade das oferta e passaram a dar mais atenção a produtos mais viáveis para o bolso dos consumidores. Maskio afirma que consumir frutas e verduras “da época” é é uma maneira de economizar em momentos de crise.