ONGs e projetos independentes ganham visibilidade com divulgação de trabalhos comunitários nas redes

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Redes sociais começam a ser utilizadas para captação de recursos financeiros, humanos e materiais para ações comunitárias. No site “OngsBrasil”, só em São Bernardo, estão registradas 73 ONGs, e muitas delas participam das redes sociais para promover seus trabalhos, facilitando também, a comunicação do projeto com a comunidade.
A Pesquisa Brasileira de Mídia de 2016, aponta que a internet está em 5° lugar como meio de informação sobre o que acontece no país. A rede possibilita diversos tipos de relação e difusão de informações, sites como Facebook, Instagram, Twitter e YouTube tornam-se essenciais no compartilhamento de conteúdo.
A professora do Centro Universitário Assunção (UNIFAI), Cristina Palhares, especialista em comunicação, valoriza os benefícios das redes. “Divulgar de forma transparente quais são as necessidades de auxílio financeiro da sociedade tem dado resultados relevantes.”
Além das redes sociais, existem aplicativos como Cupong.me, que possibilita o cadastro de notas fiscais para qualquer ONG que você queira ajudar e o SocialMob, capaz de fazer um mapeamento de organizações que precisam de ajuda, e servem como uma forma de aproximação com a sociedade.

Pequenas ações
Segundo a pesquisa Digital in 2016, da We Are Social, realizada ao longo do último trimestre de 2015, temos hoje no Brasil uma média de 90 milhões de internautas, ou seja, 45% da população ativa em redes sociais de todos os tipos, sendo as mais utilizadas o Facebook, seguido do Whatsapp e do Youtube.
Essas plataformas permitem a criação de grupos e eventos, e essas pessoas passaram a usar este recurso para reunir produtos de higiene, alimentos, brinquedos e encontrar lar para animais abandonados.
Nicolas Miranda, 28, é músico e produtor de eventos, mora em Santo André e realiza diversas atividades musicais em que o ingresso é pago com a entrega de um quilo de alimento, e no mês das crianças, brinquedos. Os produtos arrecadados são revertidos para organizações sociais do ABC.
Os organizadores destes eventos entram em contato com a ONG que desejam ajudar, e ficam responsáveis pela entrega dos produtos recebidos no dia do show. As pessoas que participam desta ação sabem pelo evento no Facebook qual o projeto que será beneficiado naquele dia.
Mas Nicolas lembra que nem sempre essa forma de anúncio garante o sucesso da ação. “A divulgação é feita primordialmente pela internet, mas o retorno depende muito do próprio evento, se vai ter algum artista mais conhecido ou não. Infelizmente o simples fato de ajudar quem necessita muitas vezes não é o bastante.”

Além das Redes
Antes de começar um perfil nas redes sociais, é importante definir uma estratégia de divulgação dos ‘posts’, idealizar como será feita a atualização das mesmas. Estar ativo, responder sempre as dúvidas e sugestões de seus usuários, construindo relações que transformem os seus leitores em parceiros das causas abraçadas pela instituição.
Coordenador do curso Tecnologia em Produção em Multimídia da Universidade Metodista de São Paulo Eduardo Sales reforça a importância de conhecer o público que desejamos atingir para tentar garantir participação nas ações criadas pelas redes sociais. “Temos que nos perguntar sempre se sabemos que tipo de usuário queremos, quais perfis existem nas redes e como dialogar com essas pessoas. E isso é um processo, pois a internet ainda é um meio muito novo, e estamos aprendendo.”
A solução não está apenas no saber utilizar as redes sociais, os conceitos jurídicos e de marketing ajudam a garantir sucesso na captação de recursos financeiros, materiais e humanos. A Abong (Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais) criou uma cartilha que auxilia as organizações com os principais conhecimentos das questões jurídicas necessárias para captação de recursos. O material aponta que o não saber pode prejudicar a credibilidade, transparência e a segurança jurídica das relações entre entidades de Terceiro Setor, fontes de recursos e a sociedade civil organizada.
Cristina Palhares também reforça que, mesmo sem o lucro como objetivo final, o marketing social nas redes não é um vilão. “Não existe a intenção do lucro, mas sim das trocas e da solidariedade em prol de grupos que não são assistidos normalmente pelos governos.”

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