Mais de um milhão de infecções sexualmente transmissíveis são adquiridas todos os dias em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Mas o que é exatamente uma IST, quais são os tipos e sintomas e como podemos nos manter seguros?
Mais de um milhão de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são passadas de uma pessoa para outra diariamente em todo o mundo, por meio de relações sexuais ou contato sexual, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
👉 Essas infecções geralmente não apresentam sintomas e são difíceis de detectar. Mas, quando se manifestam com certas doenças, apresentam sintomas específicos.
As ISTs geralmente são transmitidas durante a relação sexual, mas às vezes podem ser causadas por outro contato sexual pele a pele.
Algumas ISTs também podem ser transmitidas de mãe para filho durante a gravidez, o parto ou a amamentação.
Outras maneiras pelas quais essas infecções podem ser transmitidas incluem transfusões de sangue ou compartilhamento de agulhas.
As ISTs podem potencialmente levar a resultados graves, incluindo câncer, dor pélvica crônica, gravidez ectópica e infertilidade.
Estimativas globais sobre doenças sexualmente transmissíveis — Foto: BBC
Quais são os tipos de IST?
- Existem mais de 30 bactérias, vírus e parasitas diferentes que podem ser transmitidos por contato sexual.
- Os indivíduos também podem ter várias ISTs ao mesmo tempo.
- As mais comuns são sífilis, gonorreia, clamídia e tricomoníase. Todas essas infecções são curáveis.
Quais são os sintomas?
As infecções sexualmente transmissíveis são geralmente assintomáticas ou podem causar apenas sintomas leves.
É possível ter uma infecção sem saber.
Mas, mesmo sem sintomas, essas infecções podem ser transmitidas por meio de relações sexuais e ser prejudiciais.
- Corrimento em comum do pênis ou vagina
- Feridas ou verrugas na área genital
- Dores frequentes ao urinar
- Comichão e vermelhidão na área genital
- Bolhas ou feridas na boca ou ao redor dela
- Odor vaginal anormal
- Comichão anal, dor ou sangramento
- Dor abdominal
Por que as ISTs são tão comuns?
Em 2020, a OMS estimou que ocorreram 374 milhões de novas infecções de pelo menos um dos quatro tipos mais comuns de IST: tricomoníase (156 milhões), clamídia (129 milhões), gonorreia (82 milhões) e sífilis (sete milhões).
Estima-se que mais de 490 milhões de pessoas viviam com herpes genital em 2016, e estima-se que 300 milhões tenham uma infecção pelo papilomavírus humano (HPV), a principal causa de câncer do colo do útero em mulheres e câncer anal entre homens que fazem sexo com homens, de acordo com estatísticas da OMS.
Se uma pessoa tiver sintomas de IST, é fundamental buscar ajuda médica imediatamente para passar por exames e começar tratamento — Foto: BBC
“Sexo é uma necessidade biológica. É como comer e beber, faz parte da natureza do ser humano”, afirma Teodora Elvira C. Wi, líder dos Programas Globais de HIV, Hepatites e ISTs da OMS.
“Você faz sexo e quando faz sexo você pode ter ISTs. É por isso que o número de infecções é tão alto.”
Wi também aponta para o fato de que, uma vez que as ISTs são frequentemente assintomáticas, as pessoas podem transmitir essas infecções sem saber.
🚨 O risco de contrair uma IST aumenta devido à mudança de cultura em torno do sexo casual, às pessoas que têm acesso mais fácil ao sexo e têm mais do que um parceiro sexual ao mesmo tempo, e ao uso crescente de aplicativos de encontros, diz a especialista.
Embora estudos recentes indiquem que o número de jovens adultos solteiros que praticam sexo casual diminuiu, há também uma redução no uso de preservativos.
Uma breve história da camisinha
Wi enfatiza que, quando não havia tratamento disponível para o HIV, as pessoas eram cautelosas em fazer sexo casual, especialmente sem preservativos.
Ela frisa que muitas pessoas em muitas partes do mundo acreditam erroneamente que podem fazer o teste do HIV, tomar os seus medicamentos e depois ficar curadas. “Então, o uso de preservativos diminuiu”, diz ela.
Mais de 600 mil pessoas ainda morrem todos os anos devido ao vírus porque não sabem que têm HIV e não estão em tratamento, ou porque iniciam o tratamento muito tardiamente, afirma a organização.
Novos casos de quatros ISTs curáveis entre adultos em 2020 — Foto: BBC