O Novembro Azul é o mês em que se combate o câncer de próstata. Considerada uma doença da terceira idade, o câncer de próstata atinge na maioria dos casos homens com mais de 65 anos. Segundo pesquisa feita pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), o tumor afeta cerca de 68 mil homens por ano no Brasil, contabilizando mais de 15 mil mortes, com um registro sendo feito a cada 38 minutos. Na região do ABC, foram registradas 318 internações em hospitais públicos e 32 óbitos no período de janeiro a agosto. Os dados são do Datasus (Banco de Dados do Ministério da Sáude).
Leonardo Lopes é urologista, membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia (TiSBU) e alerta sobre os possíveis sintomas que o câncer de próstata pode apresentar. “Na fase inicial não há sinais. Quando eles aparecem, podem estar relacionados à doença avançada”, explica. Entre os sintomas mais comuns, o médico destaca dificuldade para urinar, sangue na urina, perda de ereção e dor nos ossos. O médico recomenda um estilo de vida saudável, com dieta pobre em gorduras e produtos industrializados, além da prática de exercícios físicos na rotina como formas de se precaver.
Ervino Rodrigues Martins (59), morador de Santa Cruz, no Rio Grande do Sul, é funcionário público aposentado, efetuou o exame de rotina preventivo (PSA), no fim de 2012, e recebeu uma má notícia que só veio a se concretizar anos depois. O PSA é um exame laboratorial recomendado para identificar indícios do câncer de próstata. “Quando o câncer se confirmou, em 2018, foi realmente um choque, o impacto da notícia é violento”. Após a confirmação da doença o aposentado optou por fazer uma cirurgia, pois era a forma mais eficaz para um tratamento mais eficaz, mesmo com os riscos de efeitos colaterais. Ervino afirma da importância de fazer o exame de toque retal, além do PSA, mesmo que o homem não demonstre nenhum dos sintomas do câncer.
O consultor de empresas e professor Paulo Magnus (56), foi outra vítima do câncer de próstata. No Novembro Azul de 2017, Paulo também passou pelo PSA e o resultado foi alterado. O consultor abriu mão da biópsia, uma recomendação dos médicos, por ser um exame muito caro e acabou optando por outro tratamento. “Decidi fazer terapia hormonal por quatro meses e depois radioterapia, um procedimento que durou um pouco mais de um ano”, conta. Após esse período, Paulo fez a contagem de PSA e os resultados foram promissores. “Não existe evidência de câncer em nenhuma parte. Me sinto curado e sigo com a vida normalmente.”
*Esta reportagem foi produzida por estagiários do Curso de Jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo