Nardini responde por 20% de pacientes de outros municípios

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Das 1.200 internações mensais no hospital de Mauá, 240 são de Ribeirão, Rio Grande e Capital; Paço banca R$ 10 milhões por mês e espera repasse do Estado

O Hospital Municipal Dr. Radamés Nardini, em Mauá, realiza 1.200 internações por mês. Desse total, 20%, ou 240, são pacientes de cidades vizinhas como Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, que não possuem hospital público, e também da Capital – somente 10% são referentes a usuários da Estância Turística.

Além das internações, o Nardini recebe mensalmente mais 3.000 pacientes dessas localidades para atendimento médico e ambulatorial – ao todo o hospital atende 10.000 usuários nesses dois serviços. Acidentados em estradas como Rodoanel e Índio Tibiriçá também são encaminhados ao hospital municipal.

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A diretora técnica do Nardini, Lívia Machado Cerveira de Oliveira, explicou que a demanda extra sobrecarrega a unidade, que já possui alto volume de atendimentos da população mauaense. “Considerando apenas a demanda dos moradores de Mauá, o hospital já é considerado pequeno para o alto volume. Imagina atender mais três cidades. Em alguns dias não temos cadeiras de rodas e macas para transportar os pacientes. Nesta semana, estávamos com superlotação e tivemos que ficar segurando o Samu (ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) por causa da maca. Não tinha nenhuma disponível para fazer a transposição do usuário”, disse.

Internado em decorrência de aneurisma da aorta abdominal, o aposentado Jamil Thami, 70 anos, é um dos pacientes de outras cidades acolhidos na unidade hospitalar – ele mora em Taubaté. Em visita à casa de familiares em Ribeirão Pires, ele precisou ser socorrido no dia 4 de abril devido à ruptura e foi encaminhado pelo Samu ao Nardini.

Apesar da distância de aproximadamente 150 quilômetros entre os dois municípios, sua irmã, Maria Thami Gottardi, 72, o acompanha desde o ocorrido. “Ele foi atendido aqui em Mauá e realizou a cirurgia de emergência na Santa Casa de Misericórdia, na Capital. Ficou internado lá na UTI (Unidade de terapia intensiva) durante esse período e, nesta sexta-feira, foi encaminhado novamente para cá, hospital onde ele deu entrada. Vamos acompanhar os próximos passos agora. Estou batalhando para que seja transferido para Taubaté, onde já faz acompanhamento”, explicou a professora aposentada.

“Tenho uma empresa de reciclagem de madeira em Mauá e a cinta da prensa da escavadeira estourou na minha mão e cortou parte do meu dedo. Tenho convênio, saí correndo para dois médicos, que não aceitaram meu plano de saúde. Fui até o CHM (Centro Hospitalar de Santo André), mas um funcionário havia colocado a ponta do meu dedo em um gelo e trouxe para o Nardini, então um amigo foi me buscar para ser atendido aqui. Não foi possível reimplantar a parte do dedo, mas fiz uma cirurgia de enxerto”, afirmou Rodrigues.

AJUDA

A administração municipal gasta mensalmente R$ 10 milhões para manter o Hospital Nardini. Por causa do atendimento regional realizado na unidade hospitalar, a Prefeitura mauaense solicitou, no ano passado, R$ 3 milhões de repasse mensal ao Estado, para ajudar a custear as despesas.

O governo estadual se comprometeu em dezembro de 2023, em reunião com o secretário de Saúde, Eleuses Paiva, a enviar mensalmente R$ 1,5 milhão a administração por 12 meses, porém, até o momento não há previsão para que o valor seja repassado, conforme afirmou a gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao Diário.

O Paço mauaense destacou ainda que, com a verba estadual, a secretaria municipal de Saúde poderia direcionar os recursos que iriam ao Nardini a outras unidades de saúde para ampliar a capacidade de atendimento em épocas de alta demanda.

Fonte: DGABC

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