Mercado imobiliário se recupera e deve registrar expansão em 2019, dizem especialistas

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Os juros baixos dos bancos, o aumento da produção de novos empreendimentos e o fim da incerteza política no país são alguns dos fatores apontados pelos analistas para a expectativa positiva do mercado imobiliário sobre 2019.

 

Os números do segundo semestre deste ano oferecem algumas pistas para 2018: a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) disse que o setor cresceu 11,5% entre junho de 2017 e o mesmo mês de 2018 em relação aos 12 meses delimitados anteriores. Houve uma alta de 34,4% nos lançamentos de empreendimentos imobiliários no país no mesmo período.

 

Já o Departamento de Economia e Estatística do Sindicato da Habitação (Secovi-SP) afirma que houve um crescimento de 24,6% nas vendas de unidades residenciais em julho de 2018 em relação ao mesmo mês do ano passado. No entanto, registrou-se uma queda de 32,6% em comparação com junho de 2018. Segundo a entidade, imóveis de alto padrão nas grandes metrópoles brasileiras alavancaram os dados, explicação que corrobora a análise de Guilherme Blumer, diretor de marketing da Brasil Brokers UNIQUE. “É uma parte dos consumidores que está sempre disposta a investir em propriedades.”

 

No Rio de Janeiro, porém, a situação aparenta ser diferente: segundo a Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-RJ), o ano de 2018 foi o que menos se construiu no estado. Foram 2.015 unidades — em 2011, no mesmo período, 10.265 imóveis saíram do chão.

 

Para o Secovi, a animação com 2019 se ampara na previsão de juros baixos e inflação sob controle no ano que vem. “Acredito que teremos um país que não estamos acostumados a trabalhar”, disse Celso Petrucci, economista-chefe da entidade. “Com isso, a expectativa é de crescimento do mercado imobiliário”, completou ele durante evento organizado pela própria Secovi.

 

Em setembro, a Caixa Econômica Federal anunciou um corte de 0,75 ponto percentual em suas taxas para compras de imóveis disponíveis no Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI) cujo valor não exceda R$ 1,5 milhão. A taxa mínima foi de 9,5% para 8,75% ao ano, enquanto a máxima foi de 11% para 10,25% ao ano sobre o valor do empréstimo.

 

Os juros da Caixa seguem a tendência da Selic, taxa básica brasileira para transações estipulada pelo Banco Central (BC) e que, segundo o último Relatório de Mercado Focus, do início de setembro, vai permanecer em 6,50% ao ano — nível mais baixo desde o início da série histórica do BC, em 1986. O mesmo relatório prevê que, logo no começo de 2019, a Selic pode chegar a 8% ao ano.

 

O jornalista Guilherme Santos foi um dos que aproveitaram as taxas mais baixas: ele acabou de comprar um apartamento em São Paulo com sua noiva, Ligia Nicero, financiando metade do valor com crédito oferecido por um banco privado com juros de 8,75% ao ano. “A minha gerente me contou que, no ano que vem, todos os bancos estarão fortes na briga por financiamento imobiliário, porque terão muito dinheiro para emprestar”, conta.

 

As compras também são motivadas pela baixa variação de preços no ano passado: segundo a Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe), houve queda nominal no valor das casas e apartamentos de 0,53% — o primeiro ano de retração em 10 anos. Considerando a inflação de 2,78% acumulada nos 12 meses do ano, a queda real foi de 3,23%. O preço médio do metro quadrado nas regiões metropolitanas custava R$ 7.631, segundo o estudo.

 

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