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Hospital Municipal Universitário amplia atendimento neonatal

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Hospital Municipal Universitário amplia atendimento neonatal

O Hospital Municipal Universitário (HMU) de São Bernardo do Campo ampliou a capacidade de internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, passando de 12 para 20 leitos. Com isso, agora oferta 44 vagas para atendimento de recém-nascidos, a maioria prematuros e de alto risco, incluindo as 24 da UCI (Unidade de Cuidados Intermediários). 
O aumento de vagas hospitalares foi possível graças ao Hospital de Clínicas Municipal (HC), que passou a absorver os pacientes adultos que antes ocupavam os leitos de internação clínica do HMU, permitindo que o hospital priorize o cuidado materno-infantil. 
A ampliação da UTI do HMU, que ocupa o quarto andar do hospital, se deu de forma gradativa ao longo do ano. As melhorias também chegaram à UCI, que foi reorganizada e agora ocupa área maior, no segundo andar. A compra dos equipamentos para a ampliação – incubadoras, oxímetros, monitores e ventiladores multiprocessados – foi viabilizada graças aos recursos da Rede Cegonha, programa do Ministério da Saúde que visa garantir, por meio de ações e financiamento, assistência de qualidade desde o pré-natal até os dois primeiros anos de vida da criança. 
As mudanças permitem que o HMU atenda, com qualidade, a todos os nascidos no hospital que necessitam de tratamento intensivo. A transferência para outras unidades é feita somente quando há indicação de cirurgia cardíaca. O atendimento foi ampliado não só em números, mas também em qualidade, com mais espaços, recursos e equipes para realizar assistência de forma humanizada e multidisciplinar. A nova ambiência facilita as ações que diminuem o estresse dos recém-nascidos, com redução da emissão de ruídos e técnicas que aproximam mães e bebês, como o Método Canguru e os banhos terapêuticos. 
O HMU realiza hoje 100% dos partos de alto risco em pacientes do SUS de São Bernardo. São, em média, 70 por mês. Esse é um dos fatores que fez aumentar a demanda por leitos de cuidado intensivo, já que, nesses casos, é comum bebês nascerem antes das 37 semanas de gestação, com baixo peso ou algum tipo de má formação. É durante a internação que concluem seu desenvolvimento e tem monitorado constantemente seu delicado estado de saúde, o que permite o atendimento imediato dos agravamentos. Crianças com até 1,5 quilo passam, pelo menos, 48 horas na UTI, para garantir a estabilidade do quadro clínico. Já as classificadas como extremo baixo peso, com menos de 1 quilo, permanecem de 60 a 90 dias, em média, e podem, em seguida, serem acolhidas pela UCI. 
“Os prematuros nascem com imaturidade pulmonar, o que leva à dificuldade de respirar e à necessidade do uso de oxigênio. Fraqueza óssea e hipoglicemia são outros fatores que inspiram cuidados e exigem intervenções. Esse monitoramento começa na UTI e continua, inclusive depois da alta. Acompanhamos, em conjunto com as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e outros serviços da rede, a evolução neurológica dessa criança até os 7 anos de idade”, explica a coordenadora da Pediatria e Neonatologia do HMU Cibele Wolf Lebrão.
Cuidado integral – A UTI Neonatal e a UCI contam com equipe multidisciplinar, que inclui profissionais da área de Psicologia, Serviço Social, Fisioterapia, Terapia Ocupacional e Fonoaudiologia. Os cuidados integrados visam garantir o vínculo entre mãe e bebê, fundamental para a superação da prematuridade. Recém-nascidos pesando cerca de 1 quilo, em situação estável, são colocados para mamar no peito, prática incentivada pelo Método Canguru. A técnica, que incentiva o aleitamento materno, recomenda que o bebê fique o maior tempo possível em contato pele a pele com um adulto, em posição vertical – semelhante aos mamíferos australianos –, para evitar os quadros de apneia, refluxo e hipotermia. Nesses casos, o corpo humano age como a incubadora e ajuda a manter a estabilidade.
É assim que a jovem Jeniffer Sá, 19 anos, gosta de passar boa parte do dia com seu filho, Kauan Henrique. Sentada ao lado do leito do bebê, que está internado na UTI Neonatal do HMU desde o dia 1º de julho, ela se esforça para seguir as recomendações e garantir a amamentação. “Ele ainda não pega o seio, mas não vou desistir”, conta. 
Kauan nasceu com 29 semanas de gestação, 11 antes do previsto. Jeniffer não tinha ainda sequer montado o berço na casa onde vive com a mãe, no Bairro Cooperativa, quando precisou se submeter a um parto de emergência, devido a sangramentos constantes. O menino nasceu com 1.285 gramas. Hoje, chegou aos 2 quilos, o que faz a mãe contar os dias para deixar o hospital. “Sem o apoio de toda a equipe seria muito mais difícil. Aqui a gente recebe orientação e carinho também.” 
Jennifer é assídua nas terapias em grupo, que auxiliam as mulheres a lidar com o desgaste diário de ver seus filhos, tão pequenos, lutando pela vida. “Percebi que não sou a única a passar por isso. Muitos enfrentam e superam. Eu mesma nasci prematura, como meu filho, e passei mais de um mês na UTI. E hoje estou aqui, contando a minha história. É preciso ter fé”, comentou.

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