Homem morre de infarto e esposa acusa UBS de São Bernardo de negligência

ARTICLE TOP AD

André Luis Gouveia, 33 anos, procurou unidade de saúde por duas vezes com fortes dores no peito; equipe médica não teria realizado exames

O vendedor André Luis Gouveia, 33 anos, morreu de infarto no dia 3 de julho, e sua esposa, Monique Teles Nascimento Gouveia, 38, acusa a UBS (Unidade Básica de Saúde) Taboão, em São Bernardo, de negligência. Segundo a viúva, o marido procurou a unidade por duas vezes, nos dias 1° e 2, com fortes dores no peito, na cabeça e nas costas, e a equipe médica não teria solicitado exames e teria receitado medicamentos para dor, como dipirona, diazepam e soro fisiológico.

Na primeira visita à UBS, no primeiro dia do mês, André relatou os sintomas à equipe e foi liberado após receber aplicação de dipirona na veia e de outro medicamento para relaxar os músculos. Como as dores persistiram durante todo o dia, na terça-feira (2), ele retornou com a esposa ao mesmo equipamento de saúde. O paciente tinha histórico de pressão alta e tomava esporadicamente medicamentos para controlar a condição.

“Quando voltamos à UBS, mesmo ele pedindo para fazer um exame e relatando o que estava sentindo, eles queriam aplicar o soro. O André não aceitou, discutiu com a enfermeira dizendo que precisava fazer um exame e foi embora. Não consigo entender o porquê de não pedirem nenhum um teste ou eletrocardiograma com base nos sintomas dele, o equipamento estava vazio, não estava lotado”, disse Monique.

André faleceu em casa, na quarta-feira (3), às 00h33. Segundo laudo do serviço funerário, a causa da morte foi tamponamento cardíaco, aneurisma de aorta roto e infarto agudo do miocárdio. Ele foi enterrada no mesmo dia no Cemitério Municipal de Diadema, município onde a família vive, na Avenida Prestes Maia, divisa com São Bernardo.

Monique conta que quem encontrou o corpo de André foi o filho do casal, de 8 anos. Os dois costumavam ficar até tarde na sala assistindo a filmes ou jogando videogame. A mulher explica que foi acordada pela criança dizendo que o pai tinha caído no banheiro – foi quando ela acionou o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Com orientação do atendente, a família realizou massagens cardíacas, e os médicos continuaram posteriormente.

“Ficaram tentando reanimar ele por quase uma hora quando anunciaram seu falecimento. Meu filho está traumatizado por encontrar o pai caído, está fazendo acompanhamento psicológico e não quer tocar no assunto. André era feliz, cheio de vida e de amigos. Há mês tinha montado um bar”, lamenta a viúva.

A família solicitou o prontuário do paciente à UBS Taboão e pretende registrar um Boletim de Ocorrência após receber o documento. “Quero explicações, foi descaso o que fizeram com o meu marido, preciso de respostas”, reforça Monique, que deve acionar à Justiça sobre o caso.

Questionada sobre o assunto, a Prefeitura de São Bernardo não respondeu até o fechamento desta edição.

SAÚDE

Segundo o Ministério da Saúde, o infarto agudo do miocárdio é a maior causa de mortes no País. Estima-se que, no Brasil, ocorram de 300 mil a 400 mil casos anuais de infarto – e que ocorra um óbito a cada 5 a 7 casos. “Para diminuir o risco de morte, o atendimento de urgência e emergência, nos primeiros minutos, é fundamental para salvar uma vida”, descreve o órgão.

Entre os principais sintomas estão: dor ou desconforto na região peitoral, podendo irradiar para as costas, rosto, braço esquerdo e, raramente, braço direito.

Fonte: Dgabc

ARTICLE BOTTOM AD