Grávida com covid-19 não passa vírus ao bebê, sugere estudo

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Cientistas ressaltam que ainda são necessárias outras investigações para saber efeito do coronavírus em gestantes e crianças.

Um estudo de pesquisadores chineses, publicado nesta segunda-feira (16) na revista científica Frontiers in Pediatrics indica que grávidas com covid-19 (doença causada pelo coronavírus SARS-CoV2) não transmitem o vírus aos bebês recém-nascidos.  

Foram analisados quatro bebês nascidos de mães infectadas pelo coronavírus no Hospital Union de Wuhan, cidade que foi o epicentro da epidemia.  

Nenhum dos bebês desenvolveu sintomas graves associados à covid-19, como febre ou tosse, embora todos tenham sido inicialmente isolados em unidades de terapia intensiva neonatal e alimentados com fórmula.  

Três dos quatro tiveram resultado negativo para a infecção respiratória após um cotonete na garganta, enquanto a mãe da quarta criança recusou a permissão para o teste. Um recém-nascido teve um problema respiratório menor por três dias, tratado por ventilação mecânica não invasiva. Dois bebês, incluindo o com problemas respiratórios, tiveram erupções no corpo que desapareceram por conta própria.  

“Não temos certeza de que a erupção tenha sido causada pela infecção pela covid-19 da mãe”, disse a co-autora do estudo, Yalan Liu, da Universidade de Ciência e Tecnologia de Huazhong, que auta na pediatria do hospital onde os casos foram analisados.  

Todos os quatro bebês permanecem saudáveis e suas mães também se recuperaram totalmente. Um recém-nascido teve um problema respiratório menor por três dias, tratado por ventilação mecânica não invasiva. Dois bebês, incluindo o com problemas respiratórios, tiveram erupções no corpo que desapareceram por conta própria.  

Todos os quatro bebês permanecem saudáveis e suas mães também se recuperaram totalmente.  

“Para evitar infecções causadas pela transmissão perinatal e pós-natal, nossos obstetras acham que a cesariana pode ser mais segura”, disse Liu. “Apenas uma mãe grávida adotou o parto vaginal por causa do início do processo de trabalho de parto. O bebê estava normal. Talvez o parto vaginal seja bom. Ele precisa de mais estudos”.  

Em surtos anteriores de coronavírus, os cientistas não encontraram evidências de transmissão viral de mãe para filho, mas a SARS (síndrome respiratória aguda grave) e a MERS (síndrome respiratória do Oriente Médio) estavam associadas a “doenças maternas críticas, aborto espontâneo ou até mesmo a morte materna”, segundo Liu.  

Globalmente, cerca de 3,4% dos casos relatados de covid-19 morreram, de acordo com os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde. Em comparação, a gripe sazonal geralmente mata muito menos que 1% das pessoas infectadas.  

No entanto, a covid-19 não parece se espalhar tão facilmente quanto a gripe. Cabe ressaltar que atualmente as taxas de transmissão e fatalidade estão sujeitas a alterações e revisões à medida que mais pesquisas são feitas sobre o vírus.  

Além disso, a letalidade da doença muda de acordo com a faixa etária, provocando mais óbitos entre pessoas acima de 60 anos.  

Os autores disseram que são necessárias mais investigações sobre outros aspectos da possível infecção por covid-19 em recém-nascidos e crianças. Por exemplo, a sensibilidade do teste de diagnóstico atual para detectar o vírus é de cerca de 71%, portanto sugerem avaliar sua confiabilidade em crianças.  

Com esse objetivo, os pesquisadores estão coletando amostras adicionais dos recém-nascidos, incluindo placenta, líquido amniótico, sangue neonatal e líquido gástrico, entre outros, para detectar possíveis receptores para o vírus.

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