Com equipamentos modernos e bem organizados pelos funcionários que trabalham sob um regime de Cooperativa, a Central de Triagem Cooperluz, localizada no bairro Cooperativa em São Bernardo, gera empregos diretos e indiretos para várias famílias do ABC e região. Dessa forma, além da diminuição considerável de lixo destinado aos aterros sanitários, o trabalho é fundamental para a preservação do meio ambiente.
A presidente da Central, Maria Lucia Souza, que foi “catadora no lixão” há muito tempo atrás, afirma que o trabalho mudou muito e para melhor. Segundo ela, o perfil dos funcionários também se modificou. “Hoje em dia, são pessoas mais jovens que ficaram desempregadas e buscam uma solução trabalhando na central”, disse Maria Lucia.
Os cooperados passam por cursos de integração, programação e de como realizar a triagem do material corretamente, especialmente depois que a central foi automatizada.
Em 2001, quando se iniciou a coleta seletiva em São Bernardo, somente 1% do lixo ia para reciclagem. Até o ano passado, houve um crescimento chegando a 7%, o que representa 48 toneladas de lixo reciclável por dia. A meta era chegar a 10% até o final de 2016, sendo que o local tem capacidade para até 100 toneladas por dia, funcionando em dois turnos. No Rudge Ramos, por exemplo, o material que é coletado subiu de 6,5% para 8%, maior do que a média no município.
Conscientização
A falta de conscientização da população sobre a questão da coleta seletiva é um dos principais problemas que uma iniciativa como essa tem que enfrentar. ‘’ Os números que alcançamos são altos, mas ainda temos capacidade para armazenar 100 toneladas. Se as pessoas reciclassem mais, poderíamos gerar mais de 151 novos empregos’’, explicou o coordenador Reginaldo dos Santos.
Com uma melhor divulgação da existência deste local, um maior incentivo à população e com projetos de visitas monitoradas que, embora já aconteçam em parceria com a Secretaria da Educação, poderiam ser ampliadas para outros setores da sociedade, os índices poderiam aumentar ainda mais.” Chego a receber de 25 a 30 currículos por dia, mas não tenho como dar emprego a essas pessoas porque não temos material suficiente para isso”, contou coordenador.
É o que ressalta Valdinéia Adriana de Jesus, que há cinco anos trabalha na cooperativa ‘‘As pessoas estão reconhecendo que não somos ‘coitadinhos’, e sim verdadeiros profissionais da nossa área. No começo eu não gostava, mas aos poucos fui percebendo que quem trabalha aqui realmente acaba gostando do que faz”. Valdinéia começou como catadora e com a ajuda do emprego, investiu em um curso de Administração e atualmente é a secretaria geral da central.
Santos conta que, atualmente, a cooperativa recicla de 200 a 300 toneladas. Esse volume poderia ser ainda maior se 30% não virasse rejeito. “Rejeito são os materiais como isopor, espuma e madeira que, mesmo recicláveis, não interessam os compradores, e assim, não temos o que fazer com eles.”, explicou.
A Central de Reciclagem de São Bernardo funciona na rua Yae Massumoto, nº 470, no Bairro Cooperativa, em São Bernardo, desde 2013