Com mais voos diretos, Miami e Orlando anseiam pelo retorno de turistas brasileiros

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Autoridades de Orlando esperam recorde de desembarques do Brasil em 2018; no balneário famoso, o mercado já registrou quedas menores

Ainda é cedo para determinar o número de turistas brasileiros e o volume de gastos deles em Miami, na Flórida (EUA) neste ano, mas os dados extraoficiais já indicam uma “melhora significativa” em relação aos anos passados”, diz o chefe de operações da agência Greater Miami Convention & Visitors Bureau, Rolando Aedo.

“De forma geral, o turismo de brasileiros em 2015 e em 2016 caiu 26,5% em volume de gastos e 26% em número de visitantes”, continua. “Desde então estamos vendo um declínio menos potente”.

De 2015 para este ano, o número de turistas do Brasil na cidade litorânea estadunidense caiu de 26% dos estrangeiros para apenas 14%. Segundo Aedo, as agências agora notaram que a queda ainda existe, mas já é menor. “Nós vimos que houve um declínio de 5% no mercado desse público, o que definitivamente é menor do que no ano anterior”, explicou.

Ainda de acordo com o chefe da agência, mesmo com menos brasileiros viajando para a cidade, eles seguem representado um dos cinco mercados mais vigorosos da região. Um fator que contribui para o fluxo constante de pessoas do Brasil em Miami, para Aedo, é que as companhias áereas como a Azul, a Latam, a Avianca e a American Airlines criaram voos diretos entre capitais nacionais com o balneário estadunidense.

“Em 2017, sozinho houve um aumento de 17,1% de lugares, 21,7% de voos diretos para Miami e 84 voos diretos semanais de oito cidades do Brasil para cá”, situou Aedo. “Tem crescido o volume de demanda de turistas brasileiras em voar para a Flórida, que ajuda a manter essas taxas de crescimento”.

As autoridades de Miami esperam que o turismo e o volume de gastos de brasileiros em Miami voltem a crescer em 2019 com eventos sediados na cidade, como a Fórmula 1, que deve ter uma etapa estadunidense, e a possibilidade da Flórida receber uma das sedes da Copa do Mundo de 2026, que acontecerá na América do Norte.

“Miami é abençoada por ter eventos magníficos. Se tem uma coisa que os brasileiros gostam é corrida e futebol, então imagino que vai haver uma expansão turística desse público aqui por causa deles”, acredita Aedo. Em 2019, a cidade ainda receberá um aberto de tênis.

Para o cônsul-geral do Brasil em Miami, Adalnio Senna, a contribuição do país com a Flórida cresceu significativamente na década passada. “A cultura brasileira já é um marco de muitos instituições e galerias de artes. Nossa cozinha é servida em muitos restaurantes. Os brasileiros participam em cada segmento da sociedade do estado, como educação, saúde, finanças e tecnologia”, diz.

“Quando a gente caminha pela Lincoln Road na famosa Miami Beach ou vai fazer compras no Bayside Marketplace, não é incomum ouvir diferentes sotaques brasileiros. Em Ocean Drive, descobri recentemente que dá para pedir até uma caipirinha em um lugarzinho”, completa.

Nos últimos anos, vários artistas brasileiros apresentaram ou projetaram obras em Miami, como os grafiteiros Eduardo Kobra e Os Gêmeos e as artistas Nina Pandolfo e Pamela Castro. Trabalhos mais conhecidos oriundos do Brasil na capital da Flórida são os jardins projetados pelo arquiteto Roberto Burle Marx e o mural da National YoungArts Foundation projetado pelo artista Francisco Brennand. O brasileiro mais famoso em Miami, porém, é Romero Britto, que escolheu o balneário para viver.

De acordo com as estimativas do consulado brasileiro, 300 mil cidadãos do país moram na cidade — é a maior comunidade do Brasil em um estado dos EUA, de acordo com o US Census. Adalnio afirma que cerca de 1 milhão de turistas do país chegam a Miami todo ano e, em 2016, eles deixaram aproximadamente US$ 11,6 bilhões (R$ 43,7 bi) na cidade.

 

Recorde em Orlando

Se a situação começa a se recuperar em Miami, em Orlando, também na Flórida, as agências de viagem esperam que 2018 bata o recorde de desembarque de brasileiros. Há três anos, elas viram uma queda de dois dígitos no número de visitantes do país na cidade e, 2016, os dados também não foram animadores. Historicamente, o Brasil figurou entre o segundo ou o terceiro lugar no ranking dos principais mercados de Orlando.

Em janeiro deste ano, a Gol anunciou que passaria a oferecer novamente voos diários e diretos para Orlando de algumas capitais brasileiras. Durante a crise econômica, iniciada em 2015, a demanda caiu tanto que as companhias aéreas deixaram de voar para os destinos turísticos estadunidenses — a única que manteve o serviço foi a Azul.

A expectativa se dá porque, com os novos voos, o aeroporto de Orlando espera bater o recorde de desembarques de brasileiros, com 486 mil chegadas, quebrando o anterior volume de 361 mil pessoas.

“Com mais lugares adicionados nos voos, o impacto econômico projetado em 2018 chega perto de US$ 1 bilhão (R$ 3,77 bilhões), o que representa uma alta de 111% em relação a 2013”, disse Phill Brown, chefe-executivo do escritório da autoridade de aviação civil de Orlando, ao jornal Orlando Weekly.

 

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