Um tema recorrente nas organizações é como motivar a equipe para que ela melhore a performance. Como as empresas são formadas, “em sua totalidade” por especialistas em motivação e profundos conhecedores de gestão de pessoas, cada um “acha” que deve ser de um jeito. Um dos nossos desafios como profissionais de RH é mostrar que nem sempre o que cada um pensa é o ideal. Aquela velha história do “mas eu acho que assim eles se motivam”, sem nenhuma sustentação se multiplica a cada dia, pois após ler alguns textos soltos na internet os gestores querem implementar políticas de RH, sem ouvir a experiência de quem estuda isso de verdade.
Me lembro de uma vez quando fiz uma pesquisa de satisfação com o restaurante da empresa e houve uma proposta de colocar cebola recheada pelo menos uma vez por mês. Como foi a única proposta desconsiderei sem justificar, já que os formulários não tinham a identificação do colaborador. Naqueles dias senti dor de cabeça e fui à enfermaria. O enfermeiro me perguntou sobre o resultado da pesquisa e eu disse que a maioria estava satisfeita e que havíamos incluídos mais dois pratos. Para minha surpresa ele disse: “Mas não incluíram o que a maioria quer. Eu sei, por exemplo que um monte de gente pediu cebola recheada e vocês não colocaram”. Eu respondi que somente uma pessoa havia pedido e ele retrucou: “Esse povo não tem paladar mesmo”. Ele se sentia especialista em culinária e julgava que todos os demais de nada entendiam. Isso ocorre com muitos gestores que quando têm suas ideias geniais desconsideradas dizem que o pessoal de RH é despreparado.
Outra mania corporativa é o gestor chamar o profissional de RH para tratar de estratégias para a motivação das equipes e vir com tudo escrito e dizer: “Olha vocês fazem assim, assim e assim…..”.
Umas das práticas mais comuns é o gestor conceder alguma coisa para o colaborador (aumento de salário, mesa nova, sala nova, prêmio, viagem, levar para jantar, etc.) esperando que ele, profundamente agradecido, melhore seu desempenho. Isso está ERRADO, pois tudo que é fácil demais vira obrigação de quem concedeu e não haverá gratidão. O CORRETO é estabelecer objetivos e uma premiação pelo seu atingimento, medir os resultados e remunerar pelo desempenho. É o velho Programa de Remuneração Variável que os consultores de RH sabem tão bem como fazer.
Assim, reforçando a ideias: se você quiser dar algum benefício diferenciado para um grupo de funcionários, estabeleça algumas metas e se atingidas terão os benefícios. Se você der o benefício sem um desafio para consegui-lo, com certeza muitos dirão: “Preferia minha parte em dinheiro” e você vai se chatear.
Antonio Carlos Rodgrs da HT Consultores
Email para contato:: antoniocarlos@htconsultores.com.br