Golpistas estão obtendo acesso a dados de processos e se passando por advogados para solicitar transferências de valores através de aplicativos de mensagens.
Há tempos, inúmeras tentativas de golpes têm sido aplicadas em diversas áreas, e o ramo da advocacia é um dos mais afetados. Recentemente, uma nova onda de golpes tem sido denunciada na região do ABC paulista, prejudicando tanto advogados quanto clientes.
A 39ª Subseção da Ordem dos Advogados de São Bernardo do Campo, representada pelo seu presidente, Dr. Bertanha, inclusive, já registrou um Boletim de Ocorrência no 1º Distrito Policial, solicitando uma investigação para proteger os advogados inscritos em São Bernardo do Campo.
Conforme as denúncias, os criminosos se fazem passar por membros de escritórios de advocacia e afirmam que é necessário realizar um depósito bancário para obter supostas certidões negativas ou custas processuais, como condição para liberar créditos em nome do credor.
Adicionalmente, há casos de alerta sobre tentativas de golpes no recebimento de precatórios por parte dos jurisdicionados, especialmente aqueles emitidos a clientes de advogados que atuam em processos na Justiça Federal. No golpe dos precatórios, a ação dos criminosos é muito semelhante. Segundo as denúncias, eles enviam documentos via WhatsApp, supostamente assinados por advogados, procuradores, desembargadores e servidores do Poder Judiciário, informando sobre a liberação antecipada do valor do precatório mediante o depósito de uma quantia para pagamento de custas, via PIX. Contudo, os Tribunais de Justiça não cobram nenhum valor para liberar as parcelas nem para o pagamento do saldo do precatório.
De acordo com Eron Pereira, advogado sócio fundador do escritório Eron Pereira Advogados, “As ações dos golpistas têm utilizado diversos meios para entrar em contato com suas vítimas, como aplicativos de mensagens e ligações telefônicas. Além disso, fazem uso de fotos, nomes e números de registro de advogados reais para solicitar pagamentos referentes a processos.”
As vítimas são geralmente pessoas que realmente têm algum valor a receber, como em casos de ações trabalhistas ou previdenciárias. Os criminosos conseguem acessar informações sobre processos em plataformas online de tribunais e utilizam esses dados para enganar as vítimas. Ao entrarem em contato com as vítimas, os golpistas solicitam pagamentos por meio de transferências bancárias ou PIX.
“Nas últimas semanas, temos testemunhado um aumento sem precedentes de casos desse tipo. Ao serem contatados e solicitados a efetuar pagamentos, recomendamos que os clientes se comuniquem diretamente com os canais oficiais de seus advogados.” Complementa Eron Pereira.
A OAB/SBC, por meio de sua Presidência e da Comissão de Prerrogativas, orienta a divulgação do teor do Boletim de Ocorrência lavrado para o maior número de advogados e todos os clientes, visando dar publicidade ao golpe. Além disso, recomenda que os colegas informem a seus constituídos para não realizarem transferências de valores sem comparecerem ao escritório ou contatarem pessoalmente o profissional que foi contratado para resolver a demanda.
