ABC Paulista registra aumento de mortes de idosos por pneumonia em 2022

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A região do ABC Paulista registrou aumento nas mortes de idosos acima dos 60 anos por consequências da pneumonia. De acordo com dados da Arpen-SP (Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo), em 2022, foram computadas 3.696 óbitos, quase 1.000 a mais do que em 2021, o que significa uma alta de 37%. São Caetano foi a cidade com o maior número, foram 442 mortes pela doença, 51% a mais.

Isabela Morais, 67, é moradora de São Caetano e contraiu pneumonia no início deste ano. Ela conta que os primeiros sintomas que sentiu foram tosse e falta de ar. “Fui internada e fiquei de observação no hospital durante um mês até me curar da doença. Com a ajuda dos médicos consegui me recuperar, mas ainda sinto dificuldade para respirar alguns dias.”

A pneumologista Cristina Martins explica que pneumonia é uma doença aguda, que interfere nos alvéolos pulmonares. “É recomendado buscar ajuda médica para um diagnóstico precoce quando o paciente sentir sintomas persistentes, como tosse, falta de ar, febre ou queda do estado geral”, esclarece. Ainda segundo a especialista, as principais causas de pneumonia são infecções causadas por bactérias ou vírus, mas que também podem ser desenvolvidas por outros agentes infecciosos.

A médica conta que a pandemia de Covid-19 pode ser um dos motivos para o aumento dos casos de pneumonia na região. “A reclusão trouxe também um aumento de doenças virais e de via superior. A pandemia fez com que as pessoas ficassem muito em casa e perdessem o contato com outros tipos de vírus, o que traz uma diminuição da imunidade.”

O professor Caio Mota, 44, morador de Santo André, passou por momentos delicados em 2022 e perdeu o pai, de 72 anos, por conta da pneumonia após dois meses de tratamento para tentar reverter o quadro da doença. “Meu pai já tinha alguns problemas de saúde e quando ele ficou internado por conta da pneumonia foi um choque para toda a família. Infelizmente a notícia que ele foi a óbito chegou em um momento em que todos achavam que ele iria se recuperar.”

Segundo a geriatra Paula Tavares, os idosos são mais suscetíveis a desenvolver pneumonia devido ao enfraquecimento do sistema imunológico e a uma maior dificuldade em combater infecções. “A vacinação regular, a higiene das mãos para evitar entrar em contato com agentes infecciosos, evitar a exposição a fatores de risco como locais com fumaça ou poluição podem ser algumas medidas de prevenção que as pessoas mais velhas podem tomar para evitar a pneumonia.”

A especialista reforça que o tratamento de pneumonia em idosos é semelhante com o que é feito na população mais nova, porém exige mais cuidado quando o idoso tem a saúde mais fragilizada. “Geralmente optamos por deixar os idosos em observação, porque a pneumonia é uma doença que pode piorar o quadro do paciente de repente.”

CHEGADA DO FRIO – Com a queda das temperaturas e a aproximação do inverno, as doenças respiratórias se tornam mais comuns e frequentes. Cristina Martins dá alguns conselhos para a prevenção durante esta época do ano. “A vacina de gripe deve ser tomada todo ano, preferencialmente no começo do outono. As roupas e cobertores que ficam guardadas durante muito tempo no verão devem ser lavadas antes do uso, pois podem conter bactérias e organismos prejudiciais.”

A pneumologista completa que com a chegada do frio, infecções virais, como a gripe, e pneumonias se tornam mais comuns. Além disso, doenças que acontecem durante todo o ano, também podem aumentar durante o frio, como rinite, asma e outros tipos de alergias.

*Esta reportagem foi produzida por estagiários da Redação Multimídia do curso de Jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo.

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