Os sintomas de um infarto em mulheres podem ir além da clássica dor no peito que reflete para o braço, maxilar e estômago. Uma pesquisa feita com 2 mil mulheres, pela Universidade de Edimburgo, mostra que uma em cada 4 delas não conseguiu distinguir quando sofria um ataque cardíaco. Para essas mulheres, os sinais estariam ligados a um simples mal-estar, ou até mesmo gripe.
Marli Ortega, 63, conta que na hora do infarto não sabia se tratar de um ataque cardíaco e entendeu que havia sofrido uma parada do coração ao passar por consulta médica depois. “Senti muita dor no peito, e um formigamento no braço esquerdo e toda a parte esquerda do pescoço. Para mim, infarto era desmaiar e ser internado”. Já Marli Rosária Ferreira de Oliveira Souza, 64, disse que começou a sentir-se ao deitar para dormir. “Depois que eu havia me deitado, me deu muita vontade de ir ao banheiro e muita tosse, isso aconteceu por 3 vezes. Quando levantei pela terceira vez, começou a me dar dor no peito. Cheguei a desmaiar. Depois de algum tempo quando acordei no hospital, eu só lembro que falei para o médico que queria vomitar”. Para Maria Aparecida, 71, “a dor começou no meio do peito, especificamente na boca do estômago, não era forte, mas incomodava. De repente, essa dor começou a refletir nas costas. Fiquei preocupada e fui para o médico. No trajeto, a dor aumentou um pouco, mas ainda estava suportável. Enquanto aguardava atendimento, senti ‘algo correndo’ pelo lado direito do meu corpo”.
Segundo o cardiologista Dr. Jamil Neto, normalmente a dor pode ter alguma irradiação para o braço, para a perna, para a mandíbula. “Os sintomas característicos do infarto são basicamente dor no peito, que pode ser em aperto, queimação ou pontada”. Ele acrescenta ainda que a melhor prevenção do infarto é atividade física e controle da alimentação, beber bastante água, evitar gordura e realizar exames de rotina. “Os sintomas sempre variam, nunca são iguais de uma pessoa para a outra”, o cardiologista confirma o que foi dito nos relatos das mulheres. “Inclusive, os diabéticos, às vezes, podem nem sentir nada”.
*Esta reportagem foi produzida por estagiários do Curso de Jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo