Nesta terça-feira (30/4) começou uma iniciativa inovadora para facilitar o acesso da população aos livros, o projeto Parada de Leitura. Os pontos de ônibus da Avenida Goiás passaram a ter estantes de livros, que podem ser emprestados gratuitamente pelos passageiros.
Os usuários de ônibus poderão pegar e devolver livros enquanto esperam pelo transporte público, e também são incentivados a doar livros usados em bom estado. O lançamento do projeto foi feito às 10h, na Avenida Goiás, 968, na parada de ônibus em frente à Biblioteca Municipal Paul Harris.
Idealizado por alunos e professores dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e Design de Interiores da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), o projeto conta com o apoio da Semob (Secretaria de Mobilidade Urbana) e da Secult (Secretaria de Cultura), que doou três mil títulos para o acervo do projeto. Também apoiam a iniciativa a Biblioteca e o DCE (Diretório Central dos Estudantes) da USCS.
“Trata-se de um projeto de Extensão Universitária, ou seja, de ação da universidade junto à comunidade”, explica o professor Luís Octávio Rocha, coordenador da iniciativa. Os alunos que participam computam horas de atividades complementares. Rocha explica que a Parada de Leitura vai se organizar como uma grande biblioteca comunitária itinerante. “O passageiro pode levar os livros para casa e depois devolver em qualquer ponto para que outras pessoas também possam compartilhar das descobertas que a leitura pode proporcionar”, destaca.
Segundo o professor, as paradas de ônibus da Avenida Goiás adaptaram-se perfeitamente à proposta do projeto, uma vez que contêm prateleiras protegidas contra intempéries e vandalismo, feita de materiais resistentes capazes de armazenar os livros de forma segura e acessível.
LEITURA E ESCRITA
Na primeira etapa do projeto, os livros foram arrecadados pelos alunos das USCS. Agora, a população também está sendo convidada a contribuir com doações de títulos de literatura em bom estado. Os livros podem ser entregues diretamente nas paradas de ônibus.
E os idealizadores já pensam em desdobramentos do projeto. “Convidamos a professora de Literatura Maria José Pante para gravar podcasts sobre o tema, acessíveis por meio de QRCodes implantados nas paradas. Pretendemos, também, convidar escritores locais para sessões de leitura em grupo, contações de história, debates literários e oficinas de escrita criativa, entre outras atividades”, diz Rocha.
A professora Maria José que, mesmo aposentada, continua ministrando aulas de Literatura para crianças e adolescentes, também poderá contribuir com a curadoria do projeto, auxiliando na escolha dos livros que preencherão as prateleiras dos pontos de ônibus. “É preciso que seja uma literatura acessível. Por exemplo, Os Lusíadas, de Camões (publicado em 1572), pode parecer escrito em outro idioma quando se lê o texto original, mas existem versões adaptadas à linguagem de hoje”. A professora está empolgada com a iniciativa que chega para aproximar a literatura da população. “Vamos ter tarifa zero nos ônibus e na leitura”, comemora. “A leitura também é uma viagem. ”