A pesquisa “Expectativa da mulher brasileira sobre sua vida sexual e reprodutiva: as relações dos ginecologistas e obstetras com suas pacientes” publicada em 12 de fevereiro, revela que 5,6 milhões de mulheres com 16 anos ou mais não vão com frequência ao ginecologista e 4 milhões nunca procuraram atendimento com o especialista. Entre os motivos listados, o de que as entrevistadas não vêem necessidade porque estão se sentindo saudáveis, não terem acesso fácil a um profissional ou até mesmo vergonha.
Em parceria com a Datafolha, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) mapeou a relação entre o profissional de ginecologia e as mulheres em idade reprodutiva no país.
“As mulheres precisam de um médico para estar ao lado delas na jornada da vida. O ginecologista é o generalista das fases femininas.”, ressalta ginecologista e obstetra Ana Cecília Job, que reconhece que na primeira consulta há certa timidez, mas sabe como driblar e auxiliar as pacientes. Ela recomenda o acompanhamento ginecológico desde a primeira menstruação. Segundo a médica,os exames de rotina devem ser realizados pelo menos uma vez ao ano. A especialista também destaca que “o ginecologista é o médico que acompanha a mulher em todas as fases da vida, desde a primeira até a última”
Além das consultas de rotina, a ginecologista também aponta que os exames anuais de papanicolau e citologia devem ser feitos, além da mamografia aos 40 anos ou anteriormente dependendo dos antecedentes médicos, e a cada dois anos o ultrassom mamário. Esses exames são indispensáveis para a saúde da mulher.
A esteticista Roseane Machado Martins, de 47 anos, diz que sempre teve dificuldade de tratar do assunto com a mãe: “Só ia mesmo se tivesse algum problema, como isso quase não acontecia, fui deixando para lá.”
No pré-natal, a ida ao ginecologista é ainda mais necessária, com um acompanhamento mensal, sendo que após a 34ª semana, a supervisão é quinzenal, e semanal, no último mês da gestação.
Principais exames e ultrassons do pré-natal |
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Tipagem sanguínea |
Revela o tipo de sangue da paciente. |
Hemograma |
Identifica problemas como a falta de ferro no sangue, que é comum na gravidez e deve ser tratada. |
Eletroforese de hemoglobina |
Aponta as doenças que são hereditárias e requerem cuidados especiais na gravidez. |
Glicemia |
Mede a quantidade de açúcar no sangue. E pode indicar diabetes. |
Exame de urina e urocultura |
Diagnostica a presença de infecção urinária, que deve ser tratada ainda durante o pré-natal. |
Exame preventivo de câncer de colo de útero |
Prevenção ao câncer. |
Teste rápido de sífilis |
Identifica a sífilis, doença sexualmente transmissível, que pode passar da gestante para o bebê durante a gravidez. |
Vacina contra gripe (influenza) |
Recomenda-se para toda gestante e mulher após o parto, durante a campanha de vacinação. |
Vacina contra a hepatite B |
Caso não seja vacinada, a gestante deve tomar três doses para ficar protegida. |
Vacina antitetânica |
Protege contra o tétano no bebê e na gestante. Caso a parturiente nunca foi vacinada, deve iniciar a vacinação o mais rápido possível. |
Exame de toxoplasmose |
Mostra se a mulher tem toxoplasmose. Doença que pode ser adquirida pela ingestão de alimentos contaminados. |
Teste de malária |
Deve ser realizado em todas as gestantes das regiões que têm essa doença, quer apresentem sintomas ou não. |
Testes de HIV |
Identificam o vírus causador da AIDS e pode ser transmitido de mãe para o filho durante a gravidez. |
Exames para o(a) companheiro(a) |
Todos os homens adultos, jovens e adolescentes cuja parceira está em acompanhamento do pré-natal têm direito a realizar exames e vacinas. |
Ultrassom inicial |
Nas 6 primeiras semanas – visualizar o saco gestacional, o embrião e também os batimentos cardíacos. |
2º Ultrassom |
Com 9 ou 10 semanas – rotina. |
1º Ultrassom Morfológico |
Entre a 11ª e 14ª semana, tem como principal função afastar a possibilidade de alterações sindrômicas. |
Ultrassons |
Mensais, até o fim da gestação – controle de desenvolvimento. |
2º Ultrassom Morfológico |
Após a 20ª semana. |
Ecocardiograma fetal |
Na 28ª semana para afastar qualquer anormalidade cardíaca no bebê. |