Quem não valoriza o que tem, observa mais o outro do que a si mesmo
Você já reparou quantas vezes por dia você tem um desejo? Desejo de ter aquele carro, aquele namorado, aquele celular, aquele relacionamento, aquela profissão, aquela roupa ou aquele relógio. Ou vontade de ter coisas mais subjetivas, como um talento, aspiração, hobby, até mesmo aquele pai ou aquele filho. Mas o que nos leva a desejar o que poderia apenas ser apreciado?
Pense quantas vezes você já parou para simplesmente admirar uma cena ou um objeto, sem cair na tentação de ser o personagem daquela cenário ou o dono do objeto. Por que às vezes parece tão difícil ficarmos felizes com a felicidade do outro, como se as pessoas estivessem roubando de nós alguma coisa?
A inveja é um traço da personalidade do ser humano e pode ter um lado positivo se a colocarmos a nosso serviço. Muita gente tem o que chamamos de “inveja branca”. Ou seja, a pessoa gostaria muito de ter ou fazer a mesma coisa que o amigo ou vizinho, mas reconhece que por alguma razão aquela situação não está ao seu alcance no momento. Outras vezes a pessoa percebe que embora ache a vida do outro interessante, aquele estilo não é o seu, e então permanece serena com a vida que escolheu ou que é possível ter.
Não me contento com o que tenho
Mas existe um outro tipo de inveja que corrói. Essa não apenas deseja possuir o que não lhe pertence, mas também guarda uma espécie de rancor e torna a própria vida infeliz.
As pessoas que sentem esse tipo de inveja querem na verdade viver a vida do outro. Não conseguem apreciar seus bens, o lugar onde vivem, as pessoas que as cercam, seu trabalho, profissão e seu estilo de vida. Muitas vezes esse sentimento é involuntário, inconsciente e gera sofrimento. A grama do vizinho é sempre mais verde, o sabonete é mais perfumado, o filho mais inteligente, o marido mais bonito, a profissão mais interessante.
Você se reconhece nessa descrição? Antes de dizer “não” reflita um pouco. Preste atenção em seus dias, no quanto você reclama de sua vida e faz comparações com a vida dos outros, sempre acreditando que as pessoas têm mais sorte que você. Você acaba acreditando que sua vida é sem graça e desprovida de emoções. Pode ser que isso seja realmente verdade, mas já parou para pensar por que seus dias são assim?
Valorize o que é seu
Na maioria das vezes esse sentimento ocorre porque você não aprendeu a valorizar o que tem, e emprega seu tempo observando mais os outros que a si mesmo. No fundo, sua autoestima anda baixa e você nem sabe por onde começar a perceber o quão rica sua vida é ou pode ser. Confira abaixo algumas sugestões para mudar seu padrão de pensamento e ter uma vida mais feliz:
- Você não tem o carro do ano, mas o seu automóvel o leva aos lugares que precisa ir. Ah, ainda não tem um carro? Ainda assim pode fazer de ônibus a viagem que deseja, não use isso como desculpa para não se divertir.
- Você não tem as roupas da moda? Destaque-se pela criatividade nos acessórios que você mesmo pode inventar, fazendo sua própria moda.
- Sua casa não é tão bonita? Mas pode ser limpa, organizada e aconchegante.
- Você ou seu parceiro não ganham tão bem? Valorize o esforço que fazem para proporcionar o melhor que podem à família. Cultive também o companheirismo e a cordialidade entre vocês, seus filhos e parentes. Você aprenderá que os prazeres podem advir também de um bom relacionamento.
Não há mal em desejar que tudo seja melhor em sua vida, aliás é isso o que nos move a evoluir em todos os sentidos. Mas ao invés de perdemos nosso tempo desejando o que outras pessoas têm, ou querendo ser o que elas são, melhor seria imaginar uma forma de podermos alcançar nossos próprios e verdadeiros objetivos.
Ficar lamentando a vida não nos leva a lugar algum. Aliás, se você reparar bem, poderá notar que nem sempre você quer aquilo que aprecia. Então experimente apenas admirar sem necessariamente desejar. Faça algo por você mesmo e alegre-se quando alguém conquista algo. Você é igualmente competente para fazer sua vida acontecer e experimentará uma boa sensação quando se colocar em movimento na direção de suas próprias conquistas.