Celulares têm vida útil de 3,1 anos

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Expectativa dos consumidores é de que aparelho dure, em média, 5,3 anos               

Os telefones celulares têm em média 3,1 anos de vida útil. Esse período de durabilidade é bem menor do que 5,3 anos, que é o tempo em que os consumidores pretendem trocar os aparelhos. Esses dados fazem parte de pesquisa do final de 2013 do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor). De acordo com o instituto, essa baixa durabilidade se deve ao que é conhecido como obsolescência programada, ou seja, a resistência do aparelho é reduzida para impulsionar as vendas.

Segundo Walter Lima, especialista em tecnologia de comunicação e professor de pós-graduação da Universidade Metodista de São Paulo, é o capitalismo se apropriando da tecnologia. “A característica é a não permanência, a troca constante dos aparelhos. Compramos coisas que não têm durabilidade e somos obrigados a adquirir novos pouco tempo depois.”

Troca constante de celulares pode ter lógica capitalista; ouça:

Já Murilo Loiola, professor de engenharia de informação da UFABC (Universidade Federal do ABC), acredita que, comparado aos modelos mais velhos, os celulares novos estão mais resistentes. “As tecnologias estão ficando mais poderosas, dando mais tempo de vida aos aparelhos.” Porém ele alertou: “Não significa que os telefones não apresentam problemas. Existem peças que são facilmente danificadas quando o aparelho sofre uma queda”.

A tese de Loiola é confirmada pela assistência técnica Mastercell, no Rudge Ramos. Tela quebrada é o principal problema dos celulares dos clientes. Na loja, há uma parede ocupada por touchscreens (tela que funciona por meio do toque do dedo) rachados.“De cada 100 aparelhos que recebo por semana, 60 deles apresentam problemas no touch”, contou o assistente técnico e empresário Alex Trevisan.

Entretanto os problemas não se restringem apenas ao hardware (parte física do celular que é composta por peças, como a chamada placa-mãe ou o cartão de memória), mas também ao software (parte lógica dos aparelhos que fornece instruções para o funcionamento do hardware, como programas e aplicativos).

O touchscreen, por exemplo, pode apresentar problemas com o tempo de uso, como falhas no funcionamento em determinadas áreas. Além disso, os aparelhos possuem uma capacidade de memória, limitando assim o uso de apps (aplicativos) e, muitas vezes, o usuário abre diversos programas sem saber que o processador do telefone pode travar.

Pleno funcionamento de celulares depende dos cuidados do usuário, assista:

Descarte

Uma consequência do ciclo de vida reduzido dos aparelhos eletrônicos é a poluição. De acordo com Walter Lima, o descarte irregular é parecido com o de bitucas de cigarros. “Produzimos e consumimos numa velocidade assombrosa e jogamos fora em qualquer lugar, isso contamina o solo.”

O especialista ainda disse que é comum acharem que apenas a bateria faz mal à natureza, mas esquecem que no próprio aparelho existem diversos componentes, como alguns metais pesados e plásticos.

Como solução, Lima propõe a conscientização na hora do consumo e especialmente no descarte. “Devemos mudar os hábitos, porque se continuarmos e percebermos que está nos fazendo mal, será difícil reverter a situação. O consumo constante é uma lógica capitalista e das empresas, mas o descarte fica por nossa conta, então vamos fazer o certo.”

Lojas de operadoras de telefonia, fabricantes de eletrônicos e algumas redes de supermercados costumam ter pontos de coleta de aparelhos e de baterias.

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