Normalizar o desgaste gerado pela rotina apertada pode trazer muitos problemas
Dificuldade de concentração, cansaço excessivo e sentimentos negativos não devem ser encarados como comportamentos normais. Muitas vezes, a presença constante desses sentimentos e atitudes pode ser sintoma de algo mais grave, como a Síndrome de Burnout.
Síndrome de Burnout, ou Síndrome do Esgotamento Profissional, é, de acordo com o Ministério da Saúde, um distúrbio emocional resultante de situações de trabalho desgastante. Sua manifestação está ligada com a alta demanda no trabalho, centralização de diferentes funções em uma única pessoa, além das próprias exigências pessoais. Profissionais que atuam sob muita pressão, como médicos, professores e jornalistas, têm ainda mais chances de apresentar sintomas da síndrome.
Seus sintomas prejudicam muito o rendimento no trabalho e na vida pessoal, sendo claro o preconceito e a falta de entendimento em relação a essa síndrome. Pessoas que manifestam esse problema podem apresentar diferentes sintomas, sendo os mais comuns cansaço físico e mental, mudanças de apetite, sentimentos de fracasso e insegurança, negatividade constante e frequentes dores de cabeça.
Recentemente, a Síndrome de Burnout foi oficializada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma síndrome crônica, de acordo com a revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11).
A importância do autocuidado
Infelizmente, a rotina de trabalho corrida dificilmente pode ser alterada. É importante definir limites sobre as atividades pedidas, e um bom relacionamento com o chefe e a equipe pode ajudar nessa questão. Além disso, dividir as tarefas e entender os próprios limites são maneiras de tornar o trabalho diário menos pesado.
O autocuidado também é uma forma de prevenir o desgaste físico e mental. Não é saudável manter compromissos durante todos os dias da semana, sem tempo para atividades mais leves. Não é necessário escolher passatempos que demandem muito esforço. Parar para ler um livro ou assistir a um filme já é o suficiente para relaxar o cérebro. Ainda que manter um círculo social seja importante, é bom sempre tirar um tempo para fazer algo sozinho e recarregar as energias.
Caso a sobrecarga seja muito grande, ou alguns dos sintomas já estejam presentes, é preciso buscar ajuda médica o mais rápido possível. Psicólogos e psiquiatras podem ajudar a encontrar formas de deixar a rotina mais leve e, se necessário, indicar remédios específicos. A Síndrome de Burnout é mais grave do que se pensa, e, sem o cuidado adequado, o quadro pode evoluir, levando a outras doenças, como a depressão.