São Bernardo oferece programa para quem quer parar de fumar

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Serviço está presente em Unidades Básicas de Saúde e já atendeu 1.315 pacientes desde 2013

Depois de 42 anos fumando, a dona de casa Maria Rosangela Bathori está há quase um mês sem acender um cigarro. “Uso o dinheiro para comprar frutas”, afirma a moradora, um dos 1.315 pacientes atendidos desde 2013 pelo Programa Municipal de Atenção à Pessoa Tabagista, iniciativa da Prefeitura de São Bernardo.

Maria Rosangela lembrou que tinha 14 anos quando começou a fumar por achar bonito ver pessoas mais velhas mantendo o hábito. Com o passar do tempo, além da perda de fôlego, um enfisema pulmonar fez com que ela procurasse ajuda para deixar o vício. “Não é algo fácil. Tentei parar sozinha, mas, por conta de algumas complicações, acabei voltando”, afirmou.

A dona de casa lembra que fumava um maço por dia e, mesmo há pouco tempo sem fumar, já sente melhora na saúde. “Recuperei o fôlego e meu paladar está mais aguçado. Além da diferença no bolso, pois um maço não é muito barato”, brincou.

A paciente participa de encontros semanais do grupo ‘Quero Parar de Fumar’ na Unidade Básica de Saúde (UBS) União. “No grupo, além de me sentir acolhida, vejo que outras pessoas têm as mesmas dificuldades que eu”, disse.

O programa prevê atendimentos em grupos de apoio e está presente em 32 UBSs. O objetivo é que o serviço seja implantado nas unidades Santa Terezinha e Areião até o fim deste ano.

Os grupos, formados por até 15 pessoas, se reúnem seis vezes por mês. Também participam médicos, enfermeiras, dentistas e psicólogo, profissionais que avaliam e dão apoio à decisão do paciente de parar de fumar.

Além da abordagem motivacional, o paciente recebe medicação caso necessário, podendo ser em comprimidos ou com terapia de reposição de nicotina, por meio de adesivo ou goma de mascar. “Não são todos os casos que precisam de medicamentos, pois há contraindicações, como alergia. Cada caso é analisado individualmente”, destacou a coordenadora do programa, Sônia Maria Martins.

Durante as quatro primeiras sessões, o grupo recebe material educativo feito pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) sobre as consequências do tabagismo e orientações de como conseguir parar de fumar.

A partir da quinta sessão, o participante não pode estar fumando. É neste momento que se inicia o que os técnicos chamam de dessensibilização da nicotina. Esse procedimento é feito até a 12ª sessão, a última. O paciente ainda é monitorado durante um ano após o fim do hábito de fumar.

Sônia ressaltou que para ter êxito o fumante deve estar motivado a parar de fumar. “Não é fácil deixar esse vício. Se a pessoa tentar e não conseguir, tem que tentar novamente. Por isso é importante fazer parte do grupo de manutenção, pois pode haver recaída”, destacou.

Os interessados em participar do programa devem procurar a UBS mais próxima de sua residência.

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