A conquista de uma boa colocação profissional no mercado e de um bom salário não garantem uma vida financeira estável. Sem escolher a classe social e o nível de renda, o superendividamento alcança milhares de pessoas que gastam além do que ganham e se tornam incapazes de honrar seus compromissos com sua renda mensal.
Esse nível de endividamento, de acordo com a assessora executiva do Procon-SP, Vera Remedi, pode ser detectado por meio de alguns sinais: uso do limite do cheque especial, parcelamento da fatura do cartão de crédito e a contratação do crédito consignado.
“Os altíssimos juros cobrados pelos bancos nos cartões de crédito e cheque especial podem fazer uma pessoa tornar-se superendividada em apenas três meses. Já o crédito consignado, apesar dos juros mais baixos, tem como ponto negativo o parcelamento em longo prazo, transformando um empréstimo de R$ 5 mil em uma dívida de R$ 20 mil”, destaca.
Para auxiliar os consumidores nessa situação, o Núcleo de Tratamento do Superendividamento da Fundação Procon-SP e o Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania – CEJUSC – do Tribunal de Justiça de São Paulo oferecem o Programa de Apoio ao Superendividado, que visa auxiliar os consumidores superendividados, orientando e promovendo audiências de renegociação de dívidas. As palestras, gratuitas, assim como todo suporte oferecido pelo programa, buscam sanar as principais dúvidas dos participantes com relação às suas dívidas, apontando caminhos que possibilitarão a solução dos problemas financeiros, bem como fornecer dicas e orientações para manter o equilíbrio financeiro.
Os interessados em participar de palestras devem procurar o CEJUSC na Rua Barra Funda, 930, 2º andar.
O passo-a-passo para negociar suas dívidas:
1. Liste todas as suas despesas e verifique quais são as suas dívidas (cartão de crédito, cheque especial, financiamentos, lojas, cheques sem fundos, condomínio, etc).
2. Corte supérfluos e reduza despesas (aquelas que você pode ficar sem por um período de tempo). Faça as contas e veja qual a disponibilidade para pagamento.
3. Troque dívidas caras por dívidas mais baratas. Por exemplo: Se os juros do cheque especial são de 12% ao mês é mais viável contrair um empréstimo bancário com juros pré-fixados de 5% ao mês e quitar outras dívidas, como a fatura do cartão de crédito.
4. Negocie diretamente com os credores.
5. Cultive bons hábitos: saia de casa com o dinheiro “contado”.
6. Economize nas pequenas despesas. “Um pequeno vazamento afunda um grande navio” (Benjamin Franklin).
7. Cancele o cheque especial.
8. Conheça seus direitos: verifique se o que está sendo cobrado, mesmo previsto em contrato, é legalmente permitido (encargos, multa, correção monetária, tarifas).