Nível da represa Billings preocupa comércio local

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Restaurantes flutuantes estão cada vez mais longe das margens da represa

O atual nível da represa Billings preocupa o comércio do Riacho Grande, em São Bernardo. Na área conhecida como Estoril, os fins de semana têm grande movimentação de visitantes, que frequentam a prainha e acabam consumindo no local.

Mesmo quem está um pouco mais distante sente o reflexo da falta de chuva e consequente redução do nível da represa. Um deles é o restaurante flutuante Netuno, que fica na Estrada Velha do Mar, no Riacho Grande. O proprietário, Márcio Conti, 66, contou que teve que afastar a embarcação três metros distante da margem da represa, para impedir que o barco encalhe.

A captação de água da represa Billings é feita no braço do sistema de abastecimento Rio Grande e, nos últimos seis meses, vem sofrendo uma redução diária em razão da falta de chuvas suficientes para manter o nível do reservatório.

Há 40 anos na área, Conti disse que não via havia muito tempo a Billings nesse estado. Ele teme pelas consequências com a queda do nível da represa. “O barco pesa cerca de 200 toneladas, tenho medo que encalhe. Agora, estamos há 2,5 metros de profundidade”, contou.

O restaurante Netuno é o flutuante mais antigo da cidade. Em dezembro, irá comemorar 40 anos de funcionamento. Mas a previsão de Conti não é boa. “Neste verão, espero que chova muito, mesmo que o movimento do restaurante diminua. Eu dependo da represa e vê-la nesse estado é deprimente.”

Os integrantes de outro restaurante flutuante que funciona na região, o Nautilus, também se preocupam com a redução do nível da Billings. Robério Bispo Silveira, 54, cuida da administração e manutenção da embarcação que fica ancorado próximo à avenida da Praia, no Riacho Grande.

Há quatro anos trabalhando no local, ele contou que nunca viu o nível da represa tão baixo como agora. “Tivemos que deixar o barco afastado da margem a 35 metros de distância”, contou.

“Mesmo não influenciando na clientela, tememos pelo barco que está cada vez mais longe da margem”, disse Silveira, que espera que no próximo mês a situação melhore. “É o período que faturamos mais, a expectativa é que chova para que o barco volte ao ponto que estava.”

A reportagem tentou falar com outros dois restaurantes flutuantes da área, o Caravelas e o Atrevidus, mas não obteve retorno de seus proprietários.

Nível da represa
De acordo com os dados da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), em maio, o volume armazenado na represa era de 94,2%. Em outubro, o volume estava em 69,1%.

Em relação ao mesmo período do ano passado há uma queda de 30,3%. Em novembro de 2013, o volume armazenado era de 96,0%. Neste ano, na primeira quinzena deste mês, o índice caiu e estava em 65,7%.

Atualmente, a Billings é responsável pelo abastecimento de 1,6 milhão de pessoas em Diadema, São Bernardo e parte de Santo André. No sistema Rio Grande, onde a água para tratamento é captada, são produzidos 4,8 mil litros de água potável por segundo.

O site da Sabesp disponibiliza a situação dos mananciais que abastecem a região metropolitana de São Paulo. A atualização dos dados é feita diariamente, às 9h. Quem visita a página pode conferir o volume armazenado, a pluviometria do dia e a acumulada no mês.

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