Motocicletas podem custar até duas vezes menos do que os preços da tabela FIPE
Assim como costuma acontecer com carros, comprar uma moto importada por meio de leilões pode ser – tomando os devidos cuidados – uma alternativa viável para quem deseja ter um exemplar raro, mas não tem dinheiro para investir em motocicletas seminovas ou zero quilômetro.
É o caso do estudante Felipe Ricardo, do Rio de Janeiro: no ano passado, ele comprou uma Kawasaki Ninja de 250 cilindradas fabricada em 2012 e avariada na dianteira por uma colisão frontal por R$ 4 mil. No mecânico, gastou mais cerca de R$ 2 mil para recuperar eixo, guidão e amortecedor.
No total, a motocicleta saiu por R$ 8 mil – um valor R$ 3 mil mais em conta do que o encontrado em uma loja comum ou na tabela FIPE, onde ela custa R$ 11.300. “Não é uma moto difícil de encontrar, mas o mercado de motos é muito irregular. Eu encontrei alguns exemplares que estavam sendo vendidos por até R$ 20 mil”, relata.
Negócio melhor fez o comerciante Victor Santos, que adquiriu uma Versys, da mesma fabricante japonesa, modelo 2015, por R$ 10.500 em um leilão de motos na internet. Na tabela FIPE, a mesma custa R$ 25 mil – um aumento de 150%. A motocicleta com 16 mil quilômetros rodados tinha avarias na lataria e nas lanternas traseiras, mas estava com o quadro intacto.
“Eu pensei muito antes de comprar, porque é uma moto cara para os padrões comuns. O preço realmente estava muito em conta levando em conta tudo o que tinha pesquisado”, conta. Sua ideia, no entanto, não é ficar com ela, mas vender novamente. “Eu posso colocar pra vender pelo valor aproximado da FIPE depois de consertá-la. Vai render um bom dinheiro”, complementa.
Uma motocicleta parecida ainda está sendo leiloada pela Sodré Santoro, uma das maiores empresas do ramo no Brasil: uma Ducati Monster de 1100 cilindradas. Antes do Carnaval, o último lance por ela estava em R$ 8.600, um valor quase duas vezes menor do que o que a tabela FIPE indica: R$ 26 mil.
Essa diferenciação de valores se explica, segundo Flávio Santoro, diretor da leiloeira Sodré Santoro, pela forma como os negócios são feitos entre as agências e os compradores. “Quando um veículo chega ao segundo lote – ou um imóvel, um terreno, um equipamento –, ele já é disponibilizado no mercado pela metade do preço. Em alguns casos, 70% mais barato. É quando a agência quer vender de qualquer jeito”, finaliza.