Como já é tradição a cada final de ano, o Prêmio da Mega-Sena da Virada povoa o sonho de muitos brasileiros. Com a possibilidade de tornar-se instantaneamente milionário, o coordenador do MBA de Gestão Financeira da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Ricardo Teixeira, explica o que fazer com os R$ 300 milhões ou parte dele.
“A maioria das pessoas acredita que, quem vier a receber esse prêmio, ou até mesmo uma parcela considerável dele, jamais terá problemas financeiros. Mas, a história mostra que vários ganhadores de prêmios milionários (tanto no Brasil, quanto em outros países) depois de algum tempo enfrentaram dificuldades financeiras. Quer por serem arrojados nos investimentos, não considerando corretamente o risco envolvido, quer por terem sido mal assessorados, quer ainda por terem sido perdulários”, lembra Ricardo Teixeira.
O professor da FGV ressalta que parte do prêmio deve ser usado para o lazer pessoal e família.
“Tire alguns dias de folga (não muitos) com aqueles de quem mais gosta. Use o tempo para pensar e para escolher quem poderão ser seus conselheiros formais e informais. Prefira pessoas moderadas e profissionais conhecidos por sua competência”, sugere o especialista em gestão financeira.
Ao voltar do descanso, Ricardo Teixeira aconselha quitar todas as pendências financeiras de curto, médio e longo prazos.
“Uma vida nova vai começar. Essa providência vai também lhe mostrar que, mesmo tendo muito dinheiro, é possível e é recomendável negociar. E o saldo disponível para essa nova vida (já abatidos os pagamentos efetuados) deve ser usado nos passos seguintes”, recomenda.
Para aqueles que desejam presentear familiares ou amigos, o professor da FGV orienta calcular o quanto o novo milionários pretende gastar com cada um e no total.
“Totalizar os gastos é sempre muito importante para perceber o impacto dos gastos no prêmio recebido. Faça também uma lista de quem você acredita que vai lhe pedir empréstimos, a quem pretende atender e quanto pode disponibilizar como ajuda para cada um e no total. Tenha em mente que esse será um dinheiro que dificilmente retornará”, pondera Ricardo Teixeira.
Investimento
Por fim, o professor da FGV sugere investir o restante do dinheiro. Teixeira, no entanto, lembra que a decisão depende do perfil psicológico do investidor: conservador, moderado ou arrojado.
“Qualquer que seja seu perfil, defina um percentual que será colocado em aplicações conservadoras (que vão de imóveis — de maneira geral — a aplicações em títulos públicos — Tesouro Direto, LCI, LCA e fundos de renda fixa). Não menos que 20% do prêmio total deve ser aplicado de forma conservadora, no caso daqueles que têm perfil arrojado)”, observa Ricardo Teixeira.
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