Inclusão de aulas de campo de Ciências no Projeto Político Pedagógico (PPP)

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O ambiente escolar propicia intensa interatividade e promove o convívio diante das diferenças que encontramos em meio à sociedade, o que é essencial para o processo de aprendizagem. No entanto, passar muito tempo dentro de salas de aulas, com cadeiras metodicamente enfileiradas, em meio a tanto fluxo de informações teóricas, acaba distanciando os alunos de algumas experiências necessárias para a apreensão de conhecimentos mais empíricos, ainda mais nas disciplinas de Ciências.

Vamos enfatizar, neste artigo, as vantagens de se enquadrar dentro do Projeto Político Pedagógico (PPP) de sua escola períodos na agenda escolar que demandem a realização de aulas de campo nas escolas, como método de ensino para as aulas de Ciências, o que possibilita que alunos e professores tenham experiências mais práticas e menos abstratas em relação ao conteúdo que deve ser lecionado.

1. Certifique-se de que o passeio seja seguro.

Visitas externas ao ambiente escolar devem ser minuciosamente planejadas. Os professores devem estar cientes da segurança dos alunos e, se necessário, pedir a ajuda de outros colaboradores que supervisionem o transporte, desde a origem até a chegada ao destino, assim como contenção dos grupos para que não haja dispersão durante o exercício da atividade. É importante deixar claro que o “passeio” é, acima de tudo, para o aprendizado.

2. Temas como a ecologia e a sustentabilidade podem ser abordados.

Ultimamente, há uma grande necessidade de se discutir a respeito do modo como o espaço natural tem sido cada vez mais reduzido em virtude da ação humana. As aulas de campo podem ser a circunstância ideal para esse tipo de abordagem.

Aulas como essas promovem debates a respeito da preservação e da utilização do espaço, logo, temas como sustentabilidade e ecologia serão imprescindíveis na visita ao local.

 

Caso a aula seja feita numa área florestal, é necessário que os alunos tenham ao menos informações básicas, que podem ser adiantadas antes da visita, sobre todo o ecossistema que a compõe. 

3. Uma união ideal entre a teoria e a prática.

Numa experiência feita por Tatiana Seniciato e Osmar Cavassan (2004), no Jardim Botânico Municipal de Bauru, no interior de São Paulo. encontraram-se ótimos resultados sobre uma aula de campo de alunos do sétimo ano do ensino fundamental. A pesquisa revelou que houve avanço considerável na apreensão de dados da natureza em relação ao que os alunos haviam aprendido nas aulas. Para isso, foi utilizado um questionário, pelo qual foi avaliado tanto o conhecimento sobre a disciplina quanto as sensações que os alunos tiveram ao entrar em contato com a natureza. Isso porque esse método seria capaz de “investigar como os alunos sentem-se durante as aulas de campo, partindo do pressuposto de que as emoções e sensações presentes nas situações de ensino podem influenciar de forma decisiva a aprendizagem dos alunos”. (SENICIATO, CAVASSAN, 2004:135).

O resultado se mostrou efetivo, sendo que 84% dos alunos sentiram-se confortáveis na realização das atividades e acharam que as condições do ambiente eram favoráveis para a aprendizagem do conteúdo, contra apenas 16% que demonstrou pouca simpatia pelo local, por parecer muito diferente do meio urbano o qual estavam mais habituados.

De qualquer forma, o resultado foi significativo, sendo que a maioria conseguiu corresponder com as perguntas relacionadas à disciplina, apenas carecendo de definições mais científicas e conceituais.

A intenção do trabalho era de registrar as reações dos alunos mediante as novas práticas pedagógicas, tendo em vista que uma aula de campo poderia ser mais eficiente na hora de associar o conteúdo teórico da aula ao mundo real, onde os fenômenos acontecem.

4. Planeje e organize sua aula de campo

Atividades como essas demandam da escola preocupação e disponibilidade. Preocupação porque é essencial que a segurança do aluno seja prioridade, e, disponibilidade porque é necessário o suporte de toda uma equipe que esteja apta em organizar uma excursão com todos os alunos. Dessa forma, a melhor maneira de se programar e cumprir com as demandas básicas para um passeio seguro e agradável é, primeiramente, discutindo com a equipe de professores a fim de perceber a disponibilidade de cada um para a realização da tarefa.

Planejar-se com antecedência também se torna mais vantajoso para que todas essas necessidades sejam cumpridas a tempo e todos os alunos e professores envolvidos sejam beneficiados com a atividade.

5. Por que incluir aulas de campo no Plano Pedagógico?

Diante de vários avanços da agricultura e pecuária em reservas de conservação florestal, assim como as diversas complicações climáticas previstas para os próximos anos, torna-se essencial que debates que promovam a conscientização sejam incluídos no ambiente escolar. Aulas de campo são fundamentais para que os alunos se sensibilizem cada vez mais com o espaço natural, possibilitando a formação de uma nova consciência que prioriza a preservação do meio ambiente e levante discussões acerca da sustentabilidade.

Por isso é tão importante que a escola tome a iniciativa, uma vez que parte da população já é urbanizada e por isso é cada vez mais escasso o número de estudantes que tenham contato com a natureza.

O que também se deve levar em consideração é que poucas pessoas priorizam a aplicação de aulas de campo. Na maioria das vezes, as aulas de Ciências são realizadas na escola mesmo, sem contato direto com o objeto a ser estudado, o que acaba por impedir o aluno de ter com o empírico.

Nunca é tarde para aplicar novos métodos pedagógicos; repense como as aulas de Ciências podem se tornar muito mais dinâmicas e interativas. A começar pelo calendário, inclua aulas de campo e trabalhos que explorem a capacidade intuitiva de cada aluno, dessa forma o conhecimento pode tornar tudo muito mais interessante!


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