Governo fascista de Rondônia ataca a literatura e proíbe livros

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Da Redação

O governo de Rondônia, comandado pelos bolsonaristas do PSL, decidiu censurar abertamente a literatura contida nas bibliotecas públicas e escolares. A aberração veio na forma de um memorando circular vazado na quinta-feira,06. O documento trás a chancela do secretário de Educação, Samy Vivecananda Lacerda de Abreu, e lista nada menos que 43 livros que devem ser recolhidos das bibliotecas escolares.

No documento, estão listados grandes escritores e poetas brasileiros como Rubem Fonseca, Carlos Heitor Cony, Ruben Alves e Mário de Andrade,Caio Fernando de Abreu, Ferreira Gullar, Nelson Rodrigues, Euclides da Cunha entre outros. (Veja a lista ao fim da matéria).   

A “lista negra” do Governo de Rondonônia inclui obras como “Macunaíma”, de Mário de Andrade, e “O Castelo”, de Franz Kafka, “Beijo no Asfalto”, de Nelson Rodrigues, “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, “Os Sertões” de Euclides da Cunha, “Mar de Histórias”, de Aurélio Buarque de Holanda.

Mas, os principais alvos da sanha censuradora foram os escritores Rubem Alves e Rubem Fonseca. O primeiro, Rubem Alves, foi um dos mais famosos e respeitados psicanalista, educador, teólogo, escritor e pastor presbiteriano brasileiro. Foi autor de livros religiosos, educacionais, existenciais e infantis. Suas obras somam mais de 50 títulos. A ordem do governo de Rondônia foi implacável com o pensador e escritor: todos os livros de sua autoria devem ser retirados das bibliotecas. 

O segundo autor mais atingido pela censura fascista do governo rondoniense é o escritor mineiro Rubem Fonseca, cuja lista negra veta quase que a totalidade dos seus livros. Estão lá, proibidas, as obras “Agosto”, “Lúcia MacArtney”, “O Seminarista”, “O Buraco na Parede”, “Feliz Ano Novo”, “Romance Negro e outras histórias” e mais de uma dúzia de outros. São nada menos que 19 títulos publicados pelo autor que foram censurados. Fonseca é um dos mais criativos e realistas escritores ainda vivo no Brasil.

O documento e a relação de obras repercutiram rapidamente nas redes sociais, com a divulgação de imagens dos ofícios, gerando uma forte onda de protestos. O documento, que está em sistema interno da Secretaria de Educação de Rondônia, passou a ser listado como sigiloso.

O procurador da República Raphael Bevilaqua informou que um procedimento administrativo de investigação deve ser aberto para apurar o assunto.

O governador de Rondônia, coronel Marcos Rocha, é filiado ao PSL, ex-partido do presidente Jair Bolsonaro. Diante dos protestos, por meio da Assessoria de Imprensa oficial, Rocha emitiu uma nota pública tentando justificar a medida. (Veja abaixo).

NOTA PÚBLICA

A Secretaria de Estado da Educação de Rondônia (Seduc) esclarece que recebeu uma denúncia que nas bibliotecas das escolas estaduais haviam livros paradidáticos com conteúdos inapropriados para o público alvo, alunos do ensino médio.
Diante disso, a equipe técnica da secretaria analisou as informações e constatou que os livros citados eram clássicos da Literatura Brasileira, muitos deles usados em processos seletivos e vestibulares.
Sendo assim, o processo eletrônico que contém a análise técnica foi encerrado imediatamente sem ordem de tramitação para quaisquer órgãos externos, secretarias ou escolas públicas.
A Seduc reforça o compromisso com a Educação e reconhece que os livros são obras de autores consagrados a nível mundial e cumprem um papel importante para uma construção social, prova disso foram os extraordinários resultados dos alunos da rede pública estadual no último Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM, além de diversas ações e investimentos que foram feitos recentes para o início do ano letivo.
Serão tomadas todas as medidas necessárias para investigar o vazamento das informações internas equivocadamente documentadas.

CONFIRA OS LIVROS E AUTORES CENSURADOS

 

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