Gestão Pública de Emprego e Renda e o Empreendedorismo de Necessidade:

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Compartilho este post desde 2016 e neste período não identifiquei no Grande ABC uma politica pública comprometida com o geração de renda , empreendedorismo.

Apenas fogos sendo soltados com números ridículos de vagas captadas para intermediçaõ de mão de obra, além de programa Time do Emprego e A FRENTE DE TRABALHO , programas de 2009, estamos em 2018, nada de novo acontece.

Já passou da hora de um estudo detalhado da situação do emprego no Grande ABC, lembrando do passo para tras do Consórcio Intermunicipal que cancelou a PED – Pesquisa de Emprego e Desemprego ABC, fomento ao empreendedorismo e programas de qualificação profissional que atendam a demanda das indústiras e serviços da região.

A Rede de Gestores de RH, juntamente com a AGERH se prontifica de maneira republicana a auxiliar as pastas ligadas a gestão pública de emprego de renda, no que for necessário na criação de uma politica eficaz para o setor.

Segue o compartilhamento de 2016.

Com a crise, vejo acontecer o aumento de um fenômeno já conhecido no Brasil: o empreendedorismo de necessidade. Ou seja, iniciar um negócio próprio por pura urgência de sobrevivência econômica.

Isso significa, na maioria das vezes, que o empreendedor novato não está preparado para os desafios de iniciar a própria empresa, aumentando – mais ainda – a enorme taxa de mortalidade de novos negócios, derretendo as economias de muitas famílias no processo.

Algumas características do Empreendedor de Necessidade:

1. Não está pronto. Aquela pessoa que passou a vida toda esperando um momento ideal para se preparar, estudar, fazer um curso de fluxo de caixa – mas não teve ou não deu prioridade, por mil motivos válidos. E agora perdeu o emprego e já investiu toda a poupança no negócio do cunhado. Caso você já esteja com o negócio aberto, e sentindo que não está pronto, fique sabendo: é normal se sentir assim.

Dica: dedicar algumas horas por noite a estudar as questões pontuais e de rápido retorno (fluxo de caixa, mercado, produto, embalagem, etc). Participar dos cursos do SEBRAE com foco no negócio, assistir vídeos do youtube, enfim, fazer o que for necessário. É correr atrás do que falta, ou morrer. Simples assim.

2. Não tem o dinheiro necessário. Quero deixar claro que não é questão de muito ou pouco dinheiro, e sim de ter o dinheiro suficiente para o que se quer fazer. Abrir um negócio e desconhecer a necessidade de capital de giro pode significar quebrar antes do negócio ter a mínima chance de mostrar a que veio. Ou seja, evite subir uma montanha sem roupa de frio e botas de neve. Não fique viajando de construir um prédio de 100 andares com 100 reais no bolso. E nada de alugar um imóvel de 10 mil por mês sem saber exatamente qual a meta de vendas para pagar este aluguel.

Dica: neste caso, é abrir equilibrado com o capital de giro disponível. Um rascunho de plano de negócios é muito útil nesta hora. Fale com seu contador, que geralmente costuma dar apoio nestes momentos iniciais – e já viu muita tragédia acontecendo.

3. Abre um negócio que não gosta. Ou não entende – só porque acha que dá dinheiro fácil. Quando a pessoa é forçada a empreender rapidamente, desempregado, com as contas batendo na porta, muitas vezes escolhe o negócio pelo motivo mais errado possível para um empreendedor: acha que vai ganhar muito dinheiro – sem ter a mínima ideia do que acontece nos bastidores. O empreendedor bem preparado começou primeiro conhecendo a si mesmo, entendendo seus pontos fortes e fracos, para depois dedicar a energia e tempo naquilo que tem mais facilidade e gosto de fazer. O talento e o preparo vai guiando a direção do tipo de negócio.

Dica: caso você já esteja comprometido com um negócio, e descobriu que odeia o que faz, minha dica é tentar usar a experiência como aprendizado para o futuro. E fazer as coisas de um jeito todo seu, que provoque orgulho, independente de qual seja o negócio. Sempre haverá margem para melhorar e aprender. Força!

4. Copia o vizinho. Só porque o vizinho está indo bem, não quer dizer que outros terão a mesma sorte. Aliás, é mais provável que não. Copiar os outros aumenta as chances de insucesso porque, muito possivelmente, você está entrando em um mercado em que já há concorrentes muito bem estabelecidos (aqueles que você admira, mas dificilmente conseguirá fazer melhor – porque eles chegaram primeiro e já tem mais experiência) ou pode estar perto da saturação. Na maioria dos casos, só o que se consegue é queimar a própria poupança mijando na sopa do outro.

Dica: se você já entrou num negócio de paleteria mexicana, por exemplo, e quer saber como sair da encrenca, procure buscar alguma coisa original dentro de si – ou de sua família ou de seus empregados – alguma coisa (produto ou serviço) com um diferencial competitivo, que possa ser organizado num modelo de negócios simples, e tentar se reinventar a partir desse ponto.

5. É superqualificado. Alguns desavisados realmente acreditam que podem fazer qualquer negócio ser um sucesso, ganhar dinheiro rápido e, de preferência, fácil, só porque tem 2 faculdades, moraram no exterior, e têm um currículo de 10 páginas. Ou eram diretores de multinacional, com 2 secretarias e 10 assistentes, mas não sabiam operar a máquina de café sozinhos. Lamento informar, mas subestimar as dificuldades do negócio próprio é um erro muito comum, principalmente com pessoas que têm uma formação desnecessária para o trabalho, principalmente quando falta humildade. E quando caem no empreendedorismo por necessidade (onde é normal ser faxineiro de manhã, office boy ao meio dia e operador de máquina de tarde) acham que vão ficar “administrando” o negócio desde o escritório.

Dica: reconhecer que, quanto menor o negócio, maior deve ser o envolvimento operacional do empreendedor. Não existe isso de ficar sentado. Não tem essa de ficar mandando alguém fazer. Quem não colocar as mãos na massa, não vai ter massa nenhuma.

6. Acha vai trabalhar menos. Pode ser surpreendente, mas ainda tem gente que acredita que sendo “seu próprio patrão” vai trabalhar menos horas. Depois de perder o emprego, algumas pessoas aproveitam a oportunidade para iniciar seu próprio negócio e fazer as coisas de seu jeito particular. Até aí, tudo normal e saudável. O problema é quando o objetivo do novo empreendimento se resume a encolher a jornada de trabalho. Ainda não vi nenhum caso dar certo.

Dica: encontrar a motivação suficiente para trabalhar 10 a 12 horas por dia, que é a média mínima necessária para dar empuxo a qualquer negócio. Foco na família, nos objetivos, nos seus sonhos, em deixar um legado. Seja qual for a sua motivação, se agarre nela com todas as forças.

Não digo que as pessoas não devam empreender, nem correr riscos – correr riscos é ótimo! O que digo é que as pessoas deveriam estar bem preparadas para o que irão enfrentar. Claro que nem sempre se escolhe o momento, mas sem dúvida que os que estiverem preparados, terão muito mais chance de sucesso..

Marcelo Dantas da Fonseca
(Coordenador da Rede de Gestores de RH – ABC)

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