Economista contesta estereótipos sobre o envelhecimento que põem em dúvida capacidade da população idosa: “Avaliação falsa”
Seminário marcado para amanhã (19) em Santo André, na região do ABC paulista, vai discutir alternativas de trabalho e renda para pessoas a partir dos 60 anos.”O potencial é enorme e ainda não foi descoberto pelos diferentes segmentos da sociedade. É preciso estar preparado para aproveitar o potencial dos profissionais mais velhos, com uma estratégia de talentos que ofereça condições apropriadas de trabalho num pequeno negócio”, diz Cido Farias, coordenador do projeto Empreender 60+, resultado de parceria do Sebrae com o Instituto Centro de Memória & Atualidades.
Segundo o economista, que já atuou no Dieese, o projeto mostra que associar a idade à improdutividade não se sustenta. “Os estereótipos acerca da velhice e do envelhecimento afirmam que a capacidade intelectual dos idosos está abalada, que os trabalhadores mais velhos são obsoletos e improdutivos e que não conseguem acompanhar as mudanças tecnológicas. O projeto já está demonstrando que essa é uma avaliação falsa.”
As prioridades do Empreender 60+ são capacitar centenas de pessoas e consolidar pelo menos 700 pequenos negócios. Farias destaca pesquisa feita nas sete cidades da região do ABC. “De um total de 1.231 entrevistados, 59% querem organizar um pequeno negócio. Dos futuros potenciais empreendedores, 62% são mulheres”, informa.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, dos aproximadamente 94,5 milhões de ocupados, 7,8 milhões têm 60 anos ou mais. Os dados são do quarto trimestre de 2019.
