Como manter a chama acesa no casamento depois de tantos anos juntos&#63

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Todo casal ao se casar espera sustentar a tão famosa frase “felizes para sempre”. Penso que ninguém se casa esperando que o casamento não dê certo ou com a ideia de separação como meio de solucionar as dificuldades do relacionamento. O pensamento mais comum é de que com o casamento tudo ficará melhor, pois a convivência diária trará a condição de transformação das dificuldades produzindo uma relação harmoniosa.

Com o passar do tempo, contudo, o que se percebe é justamente o contrário, pois o que já era dificultoso na relação tende a piorar, justamente pela convivência ser ainda mais próxima. Assim, com o dia a dia, os “defeitos” de cada um, bem como as diferenças de opiniões e de comportamento ficam muito mais evidentes e, com isso, aumenta a incompatibilidade entre o casal que contribui para uma maior desarmonia.

Outro ponto muito importante e bem sensível da relação é a questão dos filhos, pois antes   somente eram dois para corrigirem as diferenças entre si. Com a chegada do primeiro filho, o casal necessita de muita união para entrarem em uma mesma sintonia em relação aos desafios da maternidade. Neste momento, novamente as diferenças de ideias, valores, educação e comportamento em relação ao filho recém chegado exigem do casal que amadureçam a relação buscando ainda mais os pontos em comum, bem como a flexibilidade perante a necessidade de mudança.

Casamento é um contínuo processo e flexibilidade para que possa haver a evolução positiva da relação. Um casal que busca construir o amadurecimento da relação é um casal que se preocupa em sustentar a harmonia entre si, bem como, a compreensão mútua para que o amor que sentem um pelo outro seja a base a ser sustentada.

É importante que se desenvolva uma consciência do que realmente é viver uma vida a dois, principalmente no tocante as ilusões que cada um carrega dentro de si sobre o outro. Viver a dois significa conhecer profundamente um ao outro, reconhecer as capacidades um do outro, acolher as dificuldades um do outro e ambos nutrirem o compartilhamento e o companheirismo para serem cúmplices um do outro.

A maioria das pessoas em geral pensa que o amor é sempre o mesmo e, acabam comparando o relacionamento do hoje com aquilo que foi no passado, como um ponto de referência. Porém, tudo muda o tempo inteiro e assim, nós também mudamos bem como as situações de nossa existência. No início do relacionamento há uma forte atração física muito necessária, e uma grande necessidade de se passar mais tempo juntos; há maior entrozamento, maior paciência, delicadezas, gentilezas, troca de presentes e se dedica maior tempo à relação.

Com o passar do tempo, o amor vai mudando de acordo com os acontecimentos que afetam a relação. Contudo, isto não significa que seja negativo, pois quando há o verdadeiro amor entre o casal a mudança se torna natural. Desta forma, com o amadurecimento pessoal do casal, o amor passa a ser manifestado de outras formas, mantendo-se a união, o carinho, o desejo, o companheirismo, a admiração e a amizade tão necessária para que haja a cumplicidade e o acolhimento um do outro.

É fundamental que se compreenda que a mudança é natural, que nada nem o amor se mantém durante anos sem mudar absolutamente nada e saber distinguir a mudança natural que sustenta a chama, a essência do amor quando este é verdadeiro da perda do interesse pelo companheiro(a). Muitos casais pensam que se encontram no caso de não existir mais o amor entre si, simplesmente porque o desejo sexual já não é mais tão fogoso quanto era no passado, onde hoje se passa mais tempo entre os relacionamentos sexuais.

É importante que se observe que o essencial não é a quantidade de relações sexuais entre o casal, mas sim, a qualidade das mesmas. Com o passar do tempo, quando existe o amor verdadeiro o sexo passa a importar pela sua essência, ou seja, pela oportunidade da troca entre o casal, da oportunidade de estarem juntos na intimidade, nutrindo o amor, o carinho, a entrega e a própria intimidade. Depois de tantos anos juntos o casal valoriza mais o que é essencial e, assim, nutre um comportamento mais maduro perante a própria relação.

Para se manter a chama do amor acesa, mesmo após tendo passado muitos anos de casamento é importante:

– Que seja considerada natural as transformações da relação, sabendo sustentar o amor verdadeiro.

  • A paciência para a construção da relação no dia a dia dos tempos.

  • A amizade, o carinho, o respeito mútuo.

  • A conversa que deve ser parte da relação.

  • A vontade de sustentar a harmonia da relação.

  • A aceitação do outro como o outro é.

  • Saber fluir com as dificuldades normais.

  • Ser verdadeiro um com o outro, transparentes na relação.

  • Manter as boas lembranças não apenas como comparações, mas sim, como recordações de ciclos que já passaram.

  • Valorizar a relação como ela se apresenta no presente.

  •  Caminhar de acordo com as transformações da idade( aceitação do envelhecimento).

  • Abrir espaço para momentos a dois.

  • Ser na consciência de um completar o outro.

  • Saber que para o amor não existe idade e que o tempo não é um inimigo implacável.

  • Saber que a chama do amor necessita de nutrição e que a nutrição é construída a partir da escolha do casal.

  • Não existem dois amores iguais, portanto o amor que une um casal é pertencente a este casal.

  • Não existe amor nem casal perfeito. Existe apenas o amor verdadeiro e casais que escolhem construir suas relações de forma mais madura e harmoniosa.

Ramy Arany assistente social, terapeuta comportamental, escritora, coach, consultora, palestrante, autodidata, pesquisadora e desenvolvedora da consciência Especialista na Liderança feminina, no comportamento, em relacionamentos e maternidade. Escritora dos livros Eternamente Ísis – O retorno do feminino ao Sagrado e Visão Gestadora – A visão em teia. Co-fundadora do Instituto KVT e fundadora do KVT Feminino e Sócia Diretora da Inove Soluções em Liderança.

Face: www.facebook.com/kvtfeminino / Site: www.kvtfeminino.com

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