Argentina, Paraguai e Uruguai se organizam para sediar Copa de 2030; britânicos são possíveis rivais

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Depois da escolha do Mundial de 2026 na América do Norte, governantes sul-americanos pedem ajuda à Conmebol para ter acesso à Fifa

Um dia antes do segundo jogo da seleção uruguaia na Copa da Rússia, contra a Arábia Saudita, em Rostov, os presidentes da Argentina, Mauricio Macri, e do Uruguai, Tabaré Vázquez, se encontraram em Buenos Aires para renovar a candidatura dos países como sede da Copa do Mundo de 2030. A ideia é agregar o Paraguai como uma terceira sede, assim como os Estados Unidos fizeram com o Canadá e o México pelo Mundial de 2026.

A reunião aconteceu durante a inauguração da nova embaixada uruguaia na capital argentina, no final de junho. Macri afirmou que tem “muitas esperanças que se repita uma Copa no Rio da Prata 100 anos depois da primeira”, em referência ao primeiro Mundial de futebol, organizado em 1930 em Montevidéu, capital uruguaia.

Vázquez, então, presenteou seu homônimo argentino com uma réplica da bola fabricada na Argentina e que foi usada na final do torneio entre seleções – o Uruguai venceu os vizinhos por 4 a 2, no estádio Centenário.

O presidente do Uruguai ainda lembrou que houve uma “discussão amistosa” entre os representantes de ambas as equipes, porque naquela época os clubes de futebol uruguaios disputavam o campeonato local com um tipo de bola, enquanto, do outro lado do Rio da Prata, era outro modelo que corria pelos campos.

“A bola uruguaia tinha menos gomos do que a argentina, mas como já havia uma irmandade, resolveram jogar o campeonato com as duas. Na final, o primeiro tempo foi com a bola do Uruguai e o segundo, com a da Argentina”, lembrou Vásquez.

Macri, por sua vez, presenteou o colega com um tradicional poncho argentino, afirmando que o futebol será mais uma “ponte de integração” entre os dois países, que já unidos por histórias e tradições comun.

A candidatura de Uruguai, Paraguai e Argentina para sediar a Copa do Mundo de 2030 foi formalizada oficialmente na Casa do Futebol Conmebol, em Moscou, dias antes do Mundial da Rússia. A apresentação da proposta ficou a cargo do presidente da entidade sul-americana, o argentino Alejandro Domínguez. A comitiva ainda incluía o presidente da Asociación Argentina de Fútbol (AFA), Claudio Tapia, e vários ex-jogadores dos países, como Oscar Ruggeri, Javier Zanetti, Diego Forlán, Faryd Mondragón e Diego Milito.

“O que se mostra primeiro pega duas vezes”, disse Domínguez em entrevista ao canal argentino TyC Sports. “Essa candidatura junta a Conmebol e os governos dos três países. Nós podemos acompanhá-los, mas a responsabilidade é deles”, completou. A inauguração da Casa do Futebol Conmebol teve a presença do presidente da Fifa, o italiano Gianni Infantino, que elogiou a entidade e o futebol da América do Sul.

Em 2030, vão se cumprir 100 anos da primeira Copa do Mundo de futebol, disputada no Uruguai, país que ficou com o título. A Copa só voltaria ao Rio da Prata em 1978, quando a Argentina recebeu o evento e também ganhou o troféu. A candidatura atual é vista como possível porque envolve três países, o que facilitaria o cumprimento dos requisitos estruturais, como os estádios, aeroportos e estradas.

A ideia é que o estádio Centenário, em Montevidéu, receba a final do torneio de 2030, o que exigiria uma grande reforma. A capital uruguaia já está inserida nos pacotes de viagens pelo continente principalmente pelo seu passado futebolístico.

Em abril, Tapia, presidente da AFA, afirmou que a candidatura já sabia quais seriam as cidades-sede, mas não revelou a lista. A única informação é que seriam oito estádios na Argentina, dois no Paraguai e dois no Uruguai, completando sedes. Considerando as capitais como destinos óbvios, ficariam outras nove indefinições.

A Argentina possui estádios modernos em Córdoba, San Juan e La Plata, que sediaram a Copa América de 2011. O Uruguai concentra a imensa maioria dos seus campos em Montevidéu e os paraguaios têm no Defensores del Chaco, em Assunção, sua grande arena. Vale lembrar que, assim como em 2026, o Mundial de 2030 terá 48 seleções participantes e 80 partidas.

O maior adversário da candidatura sul-americana, de acordo com o diário britânico The Guardian, é o projeto conjunto de Inglaterra, Escócia, Gales e Irlanda do Norte. A ideia dos europeus é usar a “invenção do futebol” como motivador principal para levar o campeonato aos quatro países, mas têm outro trunfo na disputa: cada uma das federações nacionais são integrantes da International Board (IFAB), entidade internacional que define as regras do jogo assim como a Fifa.

Não há uma definição sobre o período em que a sede da Copa do Mundo de 2030 será escolhida pela Fifa, mas a imprensa europeia acredita que a decisão não será tomada até o Mundial do Catar, em 2022.

 

 

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