Em um cenário de aumento dos juros e do endividamento, crédito contido, inflação e mercado de trabalho pouco vigoroso, os pais do ABC terão de se contentar com presentes menos valiosos este ano. É o que revela a pesquisa da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp).
Segundo o levantamento, o consumidor da região pretende gastar R$ 176,10 com os presentes do Dia dos Pais, que será comemorado no próximo dia 9. Em termos nominais, o valor é 5,1% inferior ao potencialmente desembolsado no ano passado (R$ 185,70). Porém, descontada a inflação acumulada dos últimos 12 meses apurada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) na região metropolitana de São Paulo, a redução é ainda maior, de 10,7%.
O valor equivale a 8,9% do rendimento médio real (R$ 1.992) dos trabalhadores assalariados da região, segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada na última quarta-feira pela Fundação Seade e pelo Dieese, em parceria com o Consórcio Intermunicipal.
O Dia dos Pais é considerado, pelo comércio, a quarta data mais importante do ano em vendas. Perde para o Natal e para os dias das Mães e dos Namorados e fica à frente do Dia das Crianças. Ainda segundo a pesquisa, a data deve movimentar R$ 59 milhões no comércio da região, estimativa 4,4% inferior, em termos reais, aos R$ 58 milhões potencialmente gastos no ano passado. Para efeito de comparação, o Dia das Mães teria movimentado R$ 131 milhões neste ano.
Segundo os autores da pesquisa, o consumidor revelou “menor predisposição a gastar” durante as entrevistas. O estudo lembra que, no fim do mês passado, o governo anunciou medidas para destravar o crédito e aquecer as vendas, mas “não deverão surtir efeito até o segundo domingo de agosto”.
Ainda de acordo com o levantamento, o valor médio a ser gasto por presente é de R$ 141,30, montante 8,6% inferior ao do ano passado (R$ 145,40). Os pais serão presenteados, mais uma vez, com itens de vestuário (45,8% do total), perfumes e cosméticos (14,1%). O principal meio de pagamento a ser usado é o dinheiro (42,5%), seguido pelo cartão de débito (29,6%) e de crédito (23,7%).