Acordo sobre gás com a Bolivia segue sem definição

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Da Redação

Com Assessoria

Uma sociedade entre a MT Gás e a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), a estatal de petróleo e gás da Bolívia é a principal esperança do Governo de Mato Grosso para dar segurança jurídica e de abastecimento aos consumidores de gás natural. No o próximo dia 17 de julho, uma equipe técnica de Mato Grosso irá até a Bolívia para apresentar o resultado de um estudo, que deve balizar os termos de um possível acordo para restabelecimento do fornecimento de gás daquele país ao estado.

Segundo o presidente da MT Gás, Rafael Reis, um plano de viabilidade econômico-operacional da parceria foi realizado pelos técnicos da estatal mato-grossense. “Não vamos voltar o fornecimento de gás sem segurança jurídica e segurança pro mercado. Nos 15 anos de MT Gás, nunca tivemos um contrato firme. As indústrias não correrão mais risco de desabastecimento com o novo contrato”, afirmou.

A expectativa é que a partir da nova agenda na Bolívia, seja firmada uma sociedade com a estatal boliviana YPFB, e feito um cronograma para a retomada dos contratos de fornecimento do GLP, o gás de cozinha, gás liquefeito e gás natural.

“Esse contrato que estamos articulando é um contrato firme, onde a indústria pode fazer o seu planejamento, a viabilidade econômica, e saber que nesse período que teremos o contrato não vai faltar gás”, afirmou o presidente da Companhia Matogrossense de Gás, Rafael Reis, em entrevista para a Rádio Jovem Pan, nesta quinta-feira (04.07).

Ele deu como exemplo uma indústria de etanol, que deve se instalar em Mato Grosso e investir R$ 1 bilhão, apesar de não ter atualmente uma matriz energética para considerar no planejamento, já que o contrato atual de gás é interruptivo, ou seja, é fornecido o gás que está disponível.

Viabilidade econômica

A procura estimada mensal de gás por indústrias é de 5 milhões de m³, conta Rafael. As empresas não utilizam o combustível atualmente pela insegurança de não saber quando terá fornecimento. Além disso, é necessário um investimento de cerca de R$ 250 mil reais para fazer a conversão e utilizar o combustível.

“O que transforma o gás em atrativo é o valor. É mais viável do que qualquer outro tipo de energia. Para a indústria, o preço é um terço do GLP, um sétimo do valor da madeira. Para o veículo, se estiver no mesmo preço do álcool, ainda assim compensa, porque roda 50% a mais em termo de quilometragem”, complementou.

Para uma comparação, em junho de 2017 a MT Gás estava vendendo 160 mil m³ de gás ao mês, e hoje pleiteia o fornecimento de 2,5 milhões de m³ ao dia. “É o suficiente para o começo. A estimativa é feita com base no diagnóstico da realidade da indústria do estado, e nas intenções de negócio a curto e médio prazo. Isso porque o contrato firme exige o pagamento de no mínimo 80% da quantidade pactuada, logo, a quantidade pactuada deve ser utilizada para que não haja prejuízos”, esclarece sobre o possível contrato de 10 anos, com a possibilidade de renovação.

Cenário nacional

Com a nova Resolução do governo Federal que libera o mercado do gás natural no país, haverá o impacto em cadeias, avalia o presidente. A primeira cadeia que terá diminuição do preço é a do GLP, o gás de cozinha, que antes era comprado exclusivamente da Petrobras.

“Até o final do ano deve baixar de 25 a 30% para os consumidores do país. O segundo setor será o de gases liquefeitos, que são o GNL e o GNC. O gás natural será o último na cadeia a sofrer impacto do novo mercado de gás porque depende de uma mudança constitucional, que delimita atualmente que este fornecimento é uma concessão dos estados”.

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