3 perguntas para quem gosta de beber, mas se preocupa com a saúde

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Verdade seja dita, é bem difícil resistir a uma cerveja gelada ou a uma taça de vinho para acompanhar o jantar no fim de semana. “A bebida alcoólica existe há milhares de anos e o uso dela em termos moderados e ocasionais não é errado”, afirma o psiquiatra Arthur Guerra, presidente do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa).

Só que nem todo mundo pensa assim. Um estudo global realizado pela Universidade de Washington, nos EUA, no ano passado mostrou que não há limite seguro para a saúde no consumo de álcool – a bebida tem ligação com males como cirrose, câncer, AVC, infarto.

De acordo com testes realizados com mais de 100 mil pessoas em 95 países, pessoas que tomam cinco doses diárias têm 37% de probabilidade de adoecerem.

Para minimizar os riscos para a sua saúde sem abrir mão de beber um chope ou outro curtir a happy hour do trabalho, esclarecemos três dúvidas que vão ajudar você a tomar decisões mais inteligentes antes do primeiro gole.

O QUE É “MENOS PIOR” PARA A SAÚDE:

Beber um pouco todo dia OU beber bastante apenas um dia na semana?

RESPOSTA: beber um pouco todo dia.

Nem uma situação nem outra é benéfica para a saúde do ponto de vista da medicina. Mas entre as duas, é certo que encher a cara em um único dia faz com que seu organismo tome um baita susto ao receber altas doses de álcool de uma vez só, um padrão classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como ‘beber pesado episódico’.

“Esse padrão é nocivo ao organismo e traz prejuízos, como quadro de embriaguez com perda da capacidade motora e mental, e pode até levar a um quadro de amnésia alcoólica (quando o indivíduo esquece totalmente o que acabou de fazer)”, diz Arthur. Além disso, grandes concentrações de álcool em apenas um ocasião podem gerar problemas nos dias seguintes, como a ressaca – caracterizada por aquela dor de cabeça chata, fadiga, dores musculares, tontura, e até mesmo alterações hormonais.

Antes que você fale que beber todos os dias é coisa de alcoólatra, parece que não é bem por aí. “É preciso se fazer três perguntas: ‘quanto você bebe?’, ‘como você bebe’ e ‘em que contexto você bebe?’. Se a pessoa não tem problema hepático, não está usando medicamentos nem tem problemas de dependência, tomar uma lata de cerveja ao sair do trabalho, em princípio, não vai trazer prejuízos”, fala Arthur. É claro que a regra não vale para gestantes e adolescentes.

QUAL O ERRO MAIS GRAVE: Beber de estômago vazio OU beber desidratado?

RESPOSTA: beber de estômago vazio.

“O pior equívoco em relação ao consumo de álcool é beber de estômago vazio”, afirma Arthur. Se sua avó já estava certa quando dizia que saco vazio não para em pé, imagina somar à situação algumas doses de bebida – você vai terminar a noite embriagado sim ou com certeza?

 

“A rápida absorção do álcool provoca um aumento repentino da concentração da substância no sangue”, diz Marianne Rocha, Professora de Nutrição e Dietética na Famesp. Em questão de minutos, você já vai começar a sentir sintomas típicos de embriaguez, como lentidão de fala e de movimentos.

Conselho: antes de começar a beber, esteja bem alimentado e também bem hidratado. O álcool desidrata o organismo naturalmente. Então, se você vira o primeiro copo de cerveja sem ter tomado 2 litros de água diários, sua saúde corre perigo. “O álcool inibe a liberação de um hormônio antidiurético chamado ADH. Dessa forma, o indivíduo absorve menos água e passa a liberar o líquido pela urina, que fica mais diluída”, diz Marianne. Algum tempo após o consumo, você vai se sentir como numa expedição no deserto: sua boca vai ficar seca e sentirá sede em excesso. Casos graves de desidratação levam a pessoa ao coma e até à morte.

QUAL A MELHOR ESTRATÉGIA PARA NÃO FICAR BÊBADO?

Intercalar as doses de bebida alcoólica com água OU com alguma bebida açucarada?

RESPOSTA: ambas são boas.

A gente sabe que depois que você fica altinho, é quase impossível lembrar de pedir água entre uma taça e outra de vinho. Por isso, a melhor saída para evitar esse ponto é manter um copo com o líquido cristalino (que pode ser alternado com água de coco ou suco natural de frutas) sempre à mão – ou combinar com um amigo para que ele relembre você dessa missão.

Tomar água evita o quadro de embriaguez de quem passa a noite grudado na caneca de chopp? Não. Mas certamente aumenta o tempo para que a pessoa alcance o nível de andar cambaleando. “O líquido dilui o álcool presente no organismo, fazendo com que o indivíduo elimine a substância pelo xixi”, explica Arthur.

Alternar drinques com outra bebida não é bom apenas para evitar a desidratação. O consumo exagerado de bons drinques também pode desencadear uma encrenca séria: a hipoglicemia (baixa no nível de glicose no sangue). “Para evitar essa situação, indico o consumo de bebidas açucaradas entre as doses, especialmente sucos naturais e água de coco”, diz Marianne. Segundo a nutricionista, elas fornecem a glicose necessária para evitar a hipoglicemia, além de as frutas conterem componentes antioxidantes que auxiliam a combater os efeitos nocivos do álcool.

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